O Governo antecipou a reunião de negociação com o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), que inicialmente estava marcada para o dia 16 de janeiro, para esta quinta-feira às 17:00, indicou à Lusa fonte do sindicato.
A convocatória da reunião foi enviada para o SNBS de manhã pelo Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, depois de esta estrutura sindical ter desconvocado a greve e manifestação agendadas para dia 15.
O Governo e os sindicatos dos bombeiros sapadores retomaram esta quinta-feira as negociações que tinham sido interrompidas a 3 de dezembro de 2024 por causa dos protestos.
A primeira reunião, que inclui sete dos oito sindicatos envolvidos nas negociações, estava marcada para as 15:30, no edifício sede do Governo, em Lisboa, mas começou com um atraso de cerca de meia hora.
O SNBS desmarcou na quarta-feira a greve e a manifestação que estavam agendadas para o dia 15 de janeiro para, segundo anunciou este sindicato em comunicado, "garantir que o Governo não recorre a argumentos ou estratégias infundadas para evitar negociar com o SNBS".
“Estamos satisfeitos”
Sérgio Carvalho, do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, diz que está “satisfeito” com a retoma das reuniões e espera “que o processo evolua e que as propostas sejam viáveis”.
Admitindo que já houve cedências por parte do Governo, o sindicalista diz que é necessário “focar no que é essencial”: “ a tabela salarial e os suplementos, o resto é acessório”.
As promessas do Governo
Para a reunião, o Governo disse estar disponível, através de uma carta enviada a quatro dos sindicatos presentes nas negociações, para fazer a revisão da carreira "com valorização faseada no menor tempo possível", manter as atuais sete categorias na carreira especial - ao contrário das cinco categorias da anterior proposta - e manter as atuais 35 horas semanais de trabalho - ao contrário das 40 horas propostas na última reunião.
O Governo compromete-se ainda a eliminar a proposta de criação de dois suplementos apresentada no ano passado. Na última reunião, que foi interrompida na sequência das manifestações feitas à porta do edifício da sede do Governo, em Lisboa, Hernâni Dias tinha avançado aos sindicatos a proposta de criar dois suplementos: um de risco e um de função.
Com esta eliminação, lê-se na carta, será criado "um suplemento único - suplemento de bombeiro sapador - que integra os conceitos de risco, insalubridade, penosidade e prontidão de comparência em percentagem de retribuição base".
A carta foi enviada aos Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), algumas das estruturas sindicais que estão hoje reunidas com o secretário de Estado.
Protesto violento tinha travado negociação
No início de dezembro, o executivo suspendeu as negociações com os bombeiros sapadores, acusando-os de estarem a fazer pressão ilegítima, com um protesto que incluiu petardos, tochas e fumos junto à sede do Governo.
Os bombeiros sapadores já realizaram três manifestações desde outubro com rebentamento de petardos e lançamento de tochas, além de uma ocupação da escadaria da Assembleia da República.
Com LUSA