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"Estão a ocorrer ataques esporádicos, mas a indicação que temos é que as Forças de Defesa e Segurança [FDS] estão a fazer devidamente o seu trabalho e, com certeza, o que acontece é que [os supostos terroristas] dividem-se em grupos, criam outros mecanismos de assustar e aterrorizar as populações", disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, respondendo a uma pergunta de jornalistas sobre a situação atual na província de Cabo Delgado, norte do país.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
"A única notícia que nos preocupou nas últimas duas semanas foi no distrito de Quissanga, em que houve alguma movimentação estranha que quase pôs em causa e paralisou a assistência às populações que têm recebido apoios do Governo e de organizações", disse, adiantando que a paralisação ocorreu "para que se evitasse outros cenários e que a logística preparada para a população fosse depois desviada para dar suporte aos terroristas".
Um grupo de alegados terroristas armados saqueou na sexta-feira os bens da populac¸a~o na aldeia de Mandela, distrito de Muidumbe, na província moçambicana de Cabo Delgado, disseram a` Lusa fontes locais.
O saque de produtos alimentares, como milho, mandioca seca e feijo~es, em casas que não estavam ocupadas, aconteceu em plena luz do dia e foi descoberto por um grupo de paramilitares da Forc¸a Local, que efetua patrulhas na regia~o.
"Saquearam um pouco de tudo nas casas da populac¸a~o, como não está ningue´m", disse uma fonte da Forc¸a Local, a partir de Mueda.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio de 2024, na sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de rebeldes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que prestam apoio às FDS na região.
PYME (RYCE) // MLL
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