A estratégia visa "ter uma agricultura saudável, nutritiva e em escala que possa resolver o problema alimentar do país", disse Roberto Albino, ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, ao lançar a nova Política e Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (PESAN), em Maputo.

O país tem avançado na redução da insegurança alimentar, mas a desnutrição crónica, especialmente em crianças menores de 5 anos, ainda permanece elevada, afetando 37% deste grupo populacional, de acordo com os dados do Governo divulgados em 2023.

Para enfrentar o problema, foi elaborado o PESAN 2024-2030 visando integrar esforços multissetoriais para garantir a segurança alimentar e nutricional em todo o país, afirmou.

O documento visa "fornecer assistência técnica de qualidade, criar mecanismos para incentivar que os que têm formação técnica e profissional tenham espaço para disseminar o conhecimento aos produtores à sua volta", referiu Roberto Albino.

De acordo com o executivo, o objetivo passa também por criar um "mecanismo para que os insumos que estão a ser comercializados sejam certificados e não haja espaço para intermediários que fazem extorsão aos produtores e assegurar que o preço pago ao produtor seja o justo".

O PESAN, que conta com apoio de várias entidades parceiras, pretende aumentar a produção e a disponibilidade de alimentos, melhorar o acesso e a qualidade da nutrição, e fortalecer a governança e a coordenação das ações de segurança alimentar em todo o país, através de uma abordagem integrada e sustentável que responda aos desafios específicos associados à vulnerabilidade das comunidades, acrescentou.

A Política e Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional, explicou aquele ministério, resulta de um longo processo de auscultação pública e participação multissetorial, desde 2021, estabelecendo "uma forte ligação entre os principais atores e inclui a componente de mobilização de recursos com vista a assegurar a sua efetiva implementação".

De acordo com a secretária executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN), ao longo dos últimos dez anos a taxa de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade reduziu de 43% (2013) para os atuais 37% (2023), níveis considerados ainda muito altos quando comparados com as recomendações da Organização Mundial da Saúde.

Grupos de organizações da sociedade civil no país têm alertado para a urgência no combate à desnutrição infantil em Moçambique, situação agravada por fatores climáticos e de segurança.

 

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