
Uma proposta de lei vai ser apresentada ao Parlamento na próxima segunda-feira, adiantou Yvette Cooper, numa declaração escrita à Câmara dos Comuns, invocando uma "longa história de danos intencionais inaceitáveis".
Cooper tomou a decisão na sequência do "ataque vergonhoso" de sexta-feira passada, quando ativistas entraram de forma ilegal na base aérea de Brize Norton e danificarem duas aeronaves militares, causando estragos avaliados em cerca de 25 milhões de libras (29 milhões de euros).
Imagens publicadas pelo grupo na sexta-feira mostram dois indivíduos em trotinetas elétricas a atravessar a pista durante a noite até aos aviões, a pulverizar a fuselagem e motores de dois Airbus Voyager com tinta vermelha e depois a sair sem serem detetados.
A ministra alegou que o grupo pôs em risco a segurança nacional e que a polícia de combate ao terrorismo ainda está a investigar o incidente.
"Desde a criação em 2020, o Palestine Action orquestrou uma campanha de ação criminosa direta contra empresas e instituições, incluindo infraestruturas essenciais e empresas de defesa" britânicas, vincou.
No entanto, Cooper ressalvou que a proibição contra o grupo não terá impacto nos "grupos de protesto legais e noutras organizações que fazem campanha sobre questões relacionadas com a Palestina ou o Médio Oriente".
Caso seja aprovada, a medida tornará ilegal ser membro do grupo, promover o apoio ou ostentar bandeiras e cartazes que o apoiem, arriscando os responsáveis uma pena de prisão de até 14 anos.
No último ano, o grupo Palestine Action levou a cabo várias ações de vandalismo e danos materiais contra empresas e edifícios que afirma estarem ligados ao "sionismo".
O grupo descreve-se como "um movimento de ação direta empenhado em pôr fim à participação mundial no regime genocida e de 'apartheid' de Israel", utilizando "táticas disruptivas" contra empresas que "facilitam o complexo militar-industrial israelita", ao mesmo tempo que "procura impossibilitar que estas empresas lucrem com a opressão dos palestinianos".
Uma manifestação hoje em Londres de solidariedade com o grupo mobilizou várias dezenas de pessoas no centro da capital britânica, tendo pelo menos três sido detidas após confrontos, disse a Polícia Metropolitana.
O Reino Unido mantém proibidas 81 organizações ao abrigo da legislação contra o terrorismo, como o movimento islamita palestiniano Hamas, a rede terrorista Al-Qaida e o grupo extremista Estado Islâmico. Em 2024, estendeu a proibição ao movimento extremista Hizb ut-Tahrir, depois de os membros terem celebrado o ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023.
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