
Há cinco anos, no dia 25 de maio de 2020, morreu George Floyd. O homicídio foi cometido por Derek Chauvin, um polícia, que imobilizou a vítima com um joelho, pressionando o afro-americano contra o chão durante cerca de nove minutos e meio.
Outros três polícias estiveram envolvidos no episódio. Quando George Floyd estava no chão, algemado e ofegante, J. Alexander Kueng ajoelhou-se nas costas da vítima, Thomas Lane segurou as suas pernas e Tou Thao impediu a intervenção de pessoas que assistiam à agressão.
Derek Chauvin foi condenado e está a cumprir uma pena de 21 anos de prisão por homicídio. Os outros três polícias também foram condenados.
O crime foi filmado por um transeunte, que registou os gritos de Floyd, que afirmava que não conseguia respirar. Depois da divulgação das imagens nas redes sociais, sucederam-se protestos contra a violência policial e o racismo nos Estados Unidos e em vários países do mundo.
Polícias têm “imunidade qualificada”
A morte de George Floyd foi um impulso para várias tentativas de alterar a lei que concede “imunidade qualificada” aos funcionários do Estado, que pode proteger polícias mesmo quando violam a Constituição norte-americana.
Projetos de lei foram apresentados no Congresso. Vários casos se acumularam na Suprema Corte. No entanto, nada mudou.
“Depois de George Floyd, foi a primeira vez que fiquei realmente otimista e muito positiva de que algo seria feito, por menor que fosse. Mas nada, nada mesmo, aconteceu”, diz Karen Blum, professora da Faculdade de Direito da Universidade Suffolk, em declarações a NBC News.
O Congresso ainda não aprovou nenhuma lei para alterar ou abolir a imunidade qualificada. A Suprema Corte rejeitou dezenas de processos que solicitavam o mesmo.
Segundo a NBC, aconteceram pequenas mudanças, através de decisões judiciais ou ações legislativas estaduais, mas que tiveram pouco impacto a nível nacional. Muitas das leis que entraram em vigor em 2020 já foram revogadas.
O que dizem os números?
Já foram mortas 461 pessoas por ação policial em 2025. Dessas, 28% eram afro-americanas, apesar de representarem apenas 13% da população, segundo a organização não-governamental Mapping Police Violence.
Em mais de 98% dos casos, os policiais envolvidos nas mortes não foram acusados de quaisquer crimes.