Quanto muito se fala em possíveis candidatos do PS à Presidência da República, Francisco Assis entra em ação, não para avançar com uma candidatura, mas para defender António José Seguro.

Porque “o debate democrático pressupõe o respeito por regras de civilidade mínimas”, caso contrário, sublinha, arrisca transformar-se “numa lamentável troca de insultos e de acusações abjectas”, exige aos principais responsáveis políticos, no entender de Assis, “elevação e contenção”.

“Não posso, por isso, deixar de recriminar o modo como algumas figuras do PS se têm vindo a referir ao antigo secretário-geral do partido, António José Seguro. Parece estar em curso uma campanha devidamente organizada com um único intuito: impedir uma candidatura presidencial do Seguro".

“É legítimo não apoiar essa eventual candidatura”, o que para o eurodeputado socialista não é aceitável é “o modo que está a ser utilizado para a tentar inviabilizar”.

António José Seguro "é um homem de carácter, condição que deveria ser imprescindível para o exercício de funções públicas”.

Mais, acrescenta: “Ao longo do seu percurso tem revelado qualidades que fazem falta na nossa vida política: não troca convicções por oportunidades, antepõe as causas à carreira, coloca o interesse geral acima das ambições grupais, cultiva a independência e rejeita o servilismo próprio de quem visa apenas sobreviver”.

“Julgo que a maioria dos militantes e dos simpatizantes do PS têm respeito e admiração pelo António José Seguro e repudiam estes comportamentos impróprios e que atentam contra o melhor da tradição do PS”.

Quando Seguro derrotou Assis

É preciso recuar a 2011, quando o PS elegeu António José Seguro para suceder a José Sócrates, e o adversário na corrida foi, precisamente, Francisco Assis. No final, Seguro obteve com 67,98% dos votos contra 32,02% do adversário Assis.

Respeitando os resultados e sem ressentimentos, Francisco Assis disse, à data: “O PS não optou por mim, mas eu há muito tempo que optei pelo PS. (…) Não concebo oposições internas” e “não cultivo o ressentimento”.

Quase 15 anos depois, Assis faz jus às suas palavras.

João Soares critica Santos Silva

Também este domingo o antigo ministro e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, João Soares, se pronunciou sobre o tema, criticando diretamente Augusto Santos Silva que, escreveu nas redes sociais, "mais uma vez, anuncia a sua candidatura às próximas eleições presidenciais".

"Pessoalmente considero que Augusto Santos Silva não cumpre todos os requisitos para ser um bom candidato a Presidente da Republica", escreveu, acrescentando que nas suas declarações mais recentes, "ficou-se, infelizmente, por banalidades e mínimos lamentáveis".

"Nomeadamente nas avaliações de atual e anteriores presidentes da Republica mas não só. É a minha opinião pessoal, exprimo-a aqui com clareza e frontalidade. Só me vincula a mim, claro", ressalvou.