
O exército libanês anunciou hoje a detenção de "várias pessoas" que alegadamente planeavam atacar Israel com foguetes, após uma rusga num apartamento no sul do Líbano e o confisco de vários dispositivos e respetivas bases de lançamento.
De acordo com um comunicado militar, as forças de segurança "fizeram uma rusga num apartamento na zona de Sidon-Zahrani, confiscaram uma série de foguetes e respetivas plataformas de lançamento e detiveram várias pessoas envolvidas na operação".
Os detidos estavam "a ultimar os preparativos para um novo ataque com foguetes contra os territórios palestinianos ocupados", referindo-se a Israel, de acordo com informações dos serviços secretos libaneses citadas na nota, que referiu que as armas apreendidas foram "entregues" às autoridades competentes.
Esta operação surge depois de o exército ter detido, em 16 de abril, vários membros de um grupo - que não identificou, mas que disse ser composto por libaneses e palestinianos - que acusou de ter realizado "dois ataques com foguetes" contra Israel entre 22 e 28 de março.
Os ataques foram os primeiros em meses contra o Estado judaico após a entrada em vigor, em 27 de novembro, do cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hezbollah, embora o exército israelita tenha continuado a efetuar bombardeamentos em grande parte do território libanês.
Numa declaração distribuída após a divulgação do comunicado militar, o primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, elogiou a "operação preventiva" do exército e o trabalho de todas as agências de segurança para "frustrar planos suspeitos de envolver o Líbano em mais guerras".
Estes esforços, disse Salam, "não são mais do que a confirmação de que o Governo está a proceder à aplicação das disposições da sua declaração ministerial relativa à extensão da plena soberania sobre o seu território com as suas próprias forças, e que só o Estado libanês é a autoridade que toma decisões sobre a guerra e a paz e é o organismo autorizado a possuir armas".
A missão de manutenção da paz da ONU no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) anunciou no início deste mês que continuam a ser encontradas armas que não pertencem ao exército libanês no sul do país, mais de quatro meses após a entrada em vigor do cessar-fogo com Israel, que proíbe a presença de grupos armados não estatais na zona.
Pelo menos 190 pessoas foram mortas e 485 ficaram feridas em ataques israelitas contra o Líbano desde a entrada em vigor, em novembro, do cessar-fogo que pôs fim a mais de um ano de conflito, comunicou o governo libanês na quinta-feira.
Tudo isto acontece numa altura em que as autoridades libanesas se preparam para iniciar o chamado diálogo com o Hezbollah para concordar em desarmar o movimento, o único grande movimento local que não depôs as armas após o fim da guerra civil em 1990.