O Governo quer nomear Cristina Vaz Tomé, ex-secretária de Estado da Gestão da Saúde, como presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, avançou a revista “Sábado” esta segunda-feira e confirmou o Expresso.

Licenciada em Engenharia de Gestão Industrial, com passagens pela Autoeuropa, KPMG, RTP e Impresa (dona do Expresso), entre outras empresas, Cristina Vaz Tomé é a escolha do Executivo liderado por Luís Montenegro para uma nomeação que já devia de ter ocorrido no final de 2024, mas foi sendo adiada.

No anterior Governo, o lugar da ex-secretária de Estado, que tinha a tutela do INEM, esteve em risco devido a atrasos no socorro durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar, tendo-lhe sido retirada a tutela do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Falta de quórum

É um caso que motivou inquéritos do Ministério Público e da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde à morte de 11 pessoas, alegadamente decido à paralisação – e ainda está a ser investigado. Na passada sexta-feira, foi a vez de o Parlamento aprovar um inquérito parlamentar ao INEM com os votos a favor dos deputados do Chega, IL, Livre, PCP, BE, PAN e JPP, e com a abstenção do PSD, PS e CDS-PP.

Na atual legislatura, em vez de regressar ao Ministério da Saúde, a ex-secretária de Estado ocupou o seu lugar como deputada pelo PSD na Assembleia da República, de onde deverá agora passar para a administração do Metro, que tem investimentos para aprovar num valor superior a 300 milhões de euros e apresentou prejuízos na ordem dos 20 milhões de euros em 2024.

A atual administração do Metro, nomeada por António Costa, está impossibilitada de tomar decisões por falta de quórum desde o início do mês, devido à renúncia de João Paulo Saraiva, e tem como presidente interina Maria Helena Campos em substituição de Vítor Domingues dos Santos, que morreu em junho do ano passado.