Num curto comunicado, o Departamento de Estado afirma que "sob a liderança do Presidente" Donald Trump, "trabalhará com o Departamento de Segurança Interna para revogar agressivamente os vistos de estudantes chineses, incluindo aqueles com ligações ao Partido Comunista Chinês ou que estudam em áreas críticas.  

"Também analisaremos os critérios de visto para melhorar o escrutínio de todos os futuros pedidos de visto da República Popular da China e de Hong Kong", adianta o Departamento liderado por Rubio.

A Universidade de Harvard contestou judicialmente na semana passada a decisão do executivo Trump de a proibir de matricular estudantes estrangeiros, considerando-a uma vingança política.  

Numa ação judicial interposta num tribunal federal de Boston, a universidade alega que a medida viola a Primeira Emenda da Constituição e terá um "efeito imediato e devastador para Harvard e para mais de 7.000 titulares de vistos".

"Com uma simples assinatura, o Governo tenta eliminar um quarto do corpo estudantil de Harvard - estudantes internacionais que contribuem significativamente para a universidade e para a sua missão", escreveu a instituição no processo.

Harvard informou que planeia apresentar uma providência cautelar para impedir o Departamento de Segurança Interna de aplicar as novas regras, que impedem a inscrição de estudantes estrangeiros naquela universidade e obriga os atuais alunos estrangeiros a pedir a transferência.   

A administração republicana liderada por Trump justificou a decisão acusando Harvard de criar um ambiente inseguro no 'campus' ao permitir que "agitadores antiamericanos e pró-terroristas" ataquem estudantes judeus, e também de se coordenar com o Partido Comunista Chinês, alegando que a universidade acolheu e treinou membros de um grupo paramilitar chinês.

Na terça-feira, Rubio ordenou às embaixadas dos Estados Unidos que suspendam entrevistas para emissão de vistos a estudantes estrangeiros, até expansão da "verificação de antecedentes" e análise das redes sociais dos candidatos.  

"Com efeito imediato, em preparação para a expansão da análise das redes sociais e da verificação de antecedentes, as secções consulares não devem adicionar mais marcações para vistos de estudante ou de intercâmbio estudantil até que sejam emitidas novas diretrizes", afirma o secretário de Estado Marco Rubio numa diretiva citada pela agência Bloomberg.  

De acordo com o site noticioso Politico, a ordem poderá atrasar significativamente o processamento dos vistos de estudante, prejudicando muitas universidades que dependem das receitas de matrículas e propinas de estudantes estrangeiros.  

Em meados de abril, e no âmbito de uma ação repressiva contra os protestos pró-palestinianos nos campus universitários norte-americanos, o The New York Times noticiou que o executivo de Donald Trump tinha ordenado aos funcionários que analisassem as contas das redes sociais de alguns requerentes de vistos.  

A administração tinha anteriormente imposto alguns requisitos de rastreio das redes sociais, mas estes destinavam-se em grande parte a estudantes que regressavam ao país e que podiam ter participado em protestos contra as ações de Israel em Gaza.  

Sob acusação de apoio ao movimento palestiniano Hamas, considerado terrorista por Washington, ou de antissemitismo, vários estudantes foram detidos e submetidos a processos de deportação ou impedidos de regressar ao país, depois de serem cancelados os seus vistos.    

 

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