O Ministério da Defesa Nacional divulgou este domingo que os Estados Unidos “solicitaram, através de nota diplomática, autorização para 12 aviões reabastecedores utilizarem a Base das Lajes, a qual foi concedida”.
Em comunicado, o gabinete de Nuno Melo sublinha que nessa notificação se refere que a missão das aeronaves é apoiar a Força Naval dos Estados Unidos no Atlântico.
“Este é um procedimento habitual e as aeronaves que se encontram nos Açores são aviões de reabastecimento aéreo. Não se trata de meios aéreos ofensivos, mas tão só de aeronaves de reabastecimento”, destaca a nota, que acrescenta que “não passam meios de combate norte-americanos pela Base das Lajes há mais de um mês”.
Além desta notificação, “emitida pelas vias regulares e adequadas, não houve mais nenhum contacto por parte das autoridades” dos Estados Unidos, refere o comunicado.
Esquerda questionou Governo sobre aviões americanos
A nota do Ministério da Defesa indica ainda que, “ao abrigo do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos, a utilização da Base das Lajes para o estacionamento ou trânsito de aviões militares está sujeita a autorização prévia do Estado português”.
“Portugal concede autorizações especificas, trimestrais ou permanentes de sobrevoo e aterragem, não apenas aos Estados Unidos, mas a muitos outros países. Com base nestas autorizações, o estacionamento de aeronaves militares é normalmente notificado com 72 horas de antecedência ou com antecedência mais curta, devido à imprevisibilidade de algumas missões”, acrescenta o comunicado.
A presença de aviões americanos na Base das Lajes, detetada na sexta-feira, já tinha levado o PS a perguntar ao Governo se havia sido notificado pelas autoridades americanas, se tencionava partilhar com os maiores partidos da oposição as razões deste movimento – e se essas razões passavam por uma intervenção dos Estados Unidos na guerra de Israel com o Irão.
Essa intervenção acabou por acontecer na última madrugada com o ataque americano a três instalações nucleares iranianas.
Também o Livre e o Bloco de Esquerda questionaram o Executivo de Luís Montenegro sobre a intensificação do uso da Base das Lajes pela Força Aérea dos Estados Unidos, enquanto o Partido Comunista recusou que Portugal volte a ficar “com as mãos manchadas” e a ser “cúmplice da guerra”.