No Brasil, a erva-mate é consumida principalmente no chimarrão (uma espécie de chá feito com água quente que é consumido num recipiente especial) e o tereré (feito com água fria), bebidas muito populares no região sul do Brasil e outros países da América do Sul como Argentina, Uruguai e Paraguai.

De acordo com a FAO, o cultivo da erva-mate no país "alia manejo florestal sustentável e continuidade cultural".

A agência lembrou que o mate estimulou o plantio de florestas de araucária no Paraná, estado localizado no sul do Brasil fortemente impactado pelo desflorestamento, já que o seu sistema de cultivo "oferece um raro exemplo de práticas agrícolas que preservam a cobertura florestal" e ajuda a proteger biodiversidade ameaçada, além de impulsionar emprego rural e conectar produtores por meio de cooperativas.

A FAO também salientou que o sistema tradicional de plantio da erva-mate "remonta a práticas ancestrais de povos indígenas e comunidades tradicionais do sul do Brasil, que existem há mais de cinco séculos".

Para a FAO, portanto, "as técnicas usadas representam um modelo globalmente significativo de manejo florestal sustentável e continuidade cultural".

Existem mais de 100 espécies de plantas que coexistem com a erva-mate. Muitos produtores conservam intencionalmente árvores frutíferas nativas, plantas medicinais e espécies forrageiras, apoiando tanto as funções ecológicas quanto o uso humano.

Esse foi o segundo património brasileiro incluído na lista da FAO, ao lado do sistema agrícola tradicional na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais.

Além do Brasil, a agência também incluiu na lista outros cinco sítios, localizados na China, México e Espanha. Com as novas adições, a rede mundial de património agrícola da FAO agora conta com 95 sistemas em 28 países.

 

CYR // JMC

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