
O candidato da oposição Lee Jae-myung (centro-esquerda) é dado como vencedor das eleições presidenciais na Coreia do Sul, com 51,7% dos votos, segundo as projeções divulgadas após o encerramento desta votação com uma única volta.
De acordo com as sondagens à boca das urnas, Lee Jae-myung (Partido Democrata) obteve 51,7% dos votos, contra 39,3% do seu principal adversário, o conservador Kim Moon-soo (Partido do Poder Popular, direita), informaram as três maiores emissoras de televisão sul-coreanas. O terceiro candidato mais votado é Lee Jun-seok, do Partido Nova Reforma, com 7,7%.
A pesquisa foi realizada junto de mais de 80 mil eleitores em 325 secções eleitorais em todo o país e tem uma margem de erro de 0,8 pontos percentuais, mais ou menos, com um nível de confiança de 95%. Esses resultados coincidem com as últimas pesquisas publicadas antes da votação, que já mostravam o progressista Lee Jae-myung com uma vantagem superior a 12 pontos percentuais para estas eleições presidenciais antecipadas na Coreia do Sul, após a destituição do ex-presidente YoonSuk-yeol por causa da sua lei marcial.
A Comissão Eleitoral Nacional iniciou a contagem dos votos após o encerramento das urnas às 20:00 locais (12:00 em Lisboa), e espera-se que o nome do vencedor seja conhecido ao longo da noite.
Seis meses de caos político
Esta votação, cujo resultado ainda precisa de ser confirmado pela Comissão Eleitoral Nacional, deve permitir que a Coreia do Sul recupere um líder e a estabilidade política, após seis meses de crise desencadeada pelo anterior chefe de Estado, Yoon Suk-yeol.
No início de dezembro, Yoon declarou surpreendentemente a lei marcial e enviou o exército para assumir o controlo do parlamento, amplamente dominado pela oposição, a fim de silenciá-lo.
Na ocasião, um número suficiente de deputados conseguiu reunir-se para votar uma moção e rapidamente fazer fracassar a iniciativa do então Presidente, que foi classificada como um golpe de força.
Seguiram-se seis meses de profundo caos político, entre manifestações maciças, prisão e destituição de Yoon Suk-yeol, sucessão inédita de presidentes interinos e outras reviravoltas, nomeadamente judiciais.
Devido ao vazio na chefia do Estado, o vencedor da eleição assumirá as suas funções assim que o resultado for validado, o que está previsto para quarta-feira de manhã.
Se a sua vitória for homologada, Lee Jae-myung, um antigo operário de 61 anos, terá a difícil tarefa de enfrentar a ameaça representada pelo imprevisível vizinho norte-coreano, ao mesmo tempo que se posiciona entre a China, principal parceiro comercial da Coreia do Sul, e os Estados Unidos, aliado e protetor histórico. O futuro governante também enfrenta sérios desafios nacionais, incluindo uma das taxas de natalidade mais baixas do mundo e o aumento do custo de vida.