No encerramento da 4.ª edição da iniciativa Construir Pontes - Parcerias entre Empresas e Organizações de Economia Social, Paula Margarido, secretária regional da Inclusão, Trabalho e Juventude, destacou a importância da cooperação entre o sector empresarial e a economia social, enaltecendo o evento como “um ponto de encontro de culturas, ideias e caminhos cruzados”.

Durante a sua intervenção, Margarido salientou que “hoje continuamos a ser um lugar onde se constroem pontes, não entre pessoas, mas entre valores, entre o mundo empresarial e a cidadania”. Alertou, no entanto, que “não basta partilhar boas práticas. O mundo exige mais de todos nós. O tempo exige mais. E as pessoas também.” Para a governante, Construir Pontes “não pode ser apenas uma metáfora elegante. Deve ser, sobretudo, uma orientação estratégica, social e ética.”

As pontes, defendeu, devem assentar em quatro pilares fundamentais: inclusão, dignidade no trabalho, juventude e políticas de sustentabilidade.

A responsável governamental lançou um repto às empresas, organizações da economia social, instituições públicas e cidadãos empenhados. Na área da inclusão, apelou: “Vamos trabalhar, juntos, para continuar a garantir que ninguém fica para trás.”

No domínio do trabalho digno, defendeu que “o emprego não pode ser apenas um meio de sobrevivência. Deve ser fonte de realização, segurança e dignidade.” Sublinhou ainda a importância de “promover políticas laborais que combatam a precariedade, valorizem a igualdade salarial e assegurem a conciliação entre vida profissional e pessoal”, afirmando que “a responsabilidade social começa dentro de portas”.

A título de exemplo, destacou o trabalho da Autoridade Regional das Condições do Trabalho, que, só em 2024, identificou 645 situações de precariedade laboral legalmente inadmissíveis, das quais 612 foram regularizadas voluntariamente.

Em relação à juventude, Margarido reconheceu que, apesar de os jovens madeirenses serem “qualificados, criativos e com vontade de contribuir”, muitos “sentem-se afastados do mercado de trabalho, desmotivados, ou sem perspectivas”.

No que respeita às políticas de sustentabilidade, foi peremptória: “Sem políticas de sustentabilidade, não há futuro viável, e esta tem de estar no centro das decisões políticas e empresariais.” Encorajou, por isso, a mobilização contínua de empresas de diferentes sectores e dimensões para “práticas responsáveis e sustentáveis”.

A secretária regional agradeceu ao Grace pelo papel inspirador que tem desempenhado na promoção de “uma cultura empresarial mais ética, inclusiva e sustentável em Portugal”.

Terminou com uma nota de reflexão: “É no impacto que deixamos nos outros que se mede o verdadeiro valor do que fazemos”, concretizou.