
O ex-cirurgião francês Joël Le Scouarnec foi esta quarta-feira condenado à pena máxima de 20 anos de prisão pela violação e agressão sexual de 299 vítimas - a grande maioria menores de idade - entre 1989 e 2014.
Os juízes seguiram as alegações do procurador-geral sobre o valor da sentença.
A ser julgado desde 24 de fevereiro no Tribunal Penal de Morbihan, em Vannes, no oeste de França, Le Scouarnec estava acusado de centenas de crimes de violação e agressão sexual.
"Perguntei-lhe se reconhecia que os 299 atos processados eram crimes e ele disse 'sim'", disse o advogado Maxime Tessier à agência de notícias France Presse após uma das últimas audiências do julgamento, em março.
A maior parte das vítimas eram crianças e algumas estavam anestesiadas.
Em 2005, o antigo cirurgião já havia sido foi condenado por posse de material pedo-pornográfico, mas foi, na altura, autorizado a continuar a exercer.
Confissão marcou “ponto de viragem”
O advogado de Joël Le Scouarnec referiu durante o julgamento que a confissão de culpa representou “um ponto de viragem”.
Ao longo das diversas audiências, o arguido só tinha admitido os factos um a um, à medida que o processo avançava, centrando-se nos cadernos de notas em que registava meticulosamente os abusos que infligia às suas vítimas.
Durante a investigação, o arguido negou muitos desses atos, alegando que se tratava de procedimentos médicos realizados em pacientes, na sua maioria menores de idade na altura.
"Tenho o dever de dizer a verdade", declarou Joël Le Scouarnec para explicar esta mudança de atitude, citado pelo advogado.
Le Scouarnec já tinha sido condenado em 2020 a 15 anos de prisão por outros crimes sexuais, como molestar e violar quatro menores, duas das quais suas sobrinhas.