
O comandante dos bombeiros de Sabrosa disse que o incêndio que lavra na zona de Souto Maior está muito disperso e que o combate "é difícil" por causa das projeções e do vento intenso e em constante rotação.
"Temos a zona urbana da aldeia controlada, mas a periferia ainda não. Tem todas as condições para que o incêndio se continue a propagar devido à elevada temperatura que se faz sentir - durante a tarde tivemos cerca de 38 graus centigrados -- e à velocidade do vento e à constante rotação que tem acontecido", afirmou o José Barros.
O fogo que teve início pelas 13:30, na zona de Feitais, desceu depois para Souto Maior, queimando mato e pinhal e, pelas 20:00, tinha sete frentes ativas em quatro zonas diferentes.
O comandante disse que a aldeia de Souto Maior esteve completamente cercada e que ardeu, inclusive, no meio da aldeia em zonas com combustível, como pinheiros, vinhas ou quintais.
Por precaução, de acordo com José Barros, foram retiradas das suas casas "várias pessoas", devido ao fumo intenso e à idade, sendo muitos deles envelhecidos. Não há registo de feridos.
Para este incêndio estão mobilizados cerca de 370 homens, apoiados por cerca de 80 viaturas, entre bombeiros, GNR, Força Especial de Bombeiros, Cruz Vermelha, INEM. Durante a tarde operaram oito meios aéreos.
As previsões meteorológicas são, segundo o comandante, preocupantes para o período da noite devido à continuidade do vento, referindo ainda que a principal preocupação são as frentes viradas à vila de Sabrosa e uma outra, em sentido contrário, em direção às aldeias de Delegada e Vale das Gatas.
A propagação inicial do fogo foi muito rápida. Aconteceu numa zona de serra e de acessos difíceis.
José Barros disse ainda que esta é uma zona de pinhal novo, mas pouco ordenado e sem descontinuidade.
"Toda a gente sabia e tínhamos consciência que esta área de Souto Maior, desde a aldeia até ao rio Pinhão, que realmente tinha um potencial de risco enorme e nada é feito para minimizar. Este incêndio combate-se com muita dificuldade", salientou.