Joël Le Scouarnec, de 74 anos, foi condenado esta quarta-feira a 20 anos de prisão pela violação de pelo menos 299 pessoas, maioritariamente menores de idade, entre 1989 e 2014. “Tratou-se de um ato predador sobre as vítimas mais vulneráveis, quando estavam doentes no hospital”, disse a juíza Aude Buresi no tribunal de Vannes, uma cidade costeira da Bretanha onde ocorreram os abusos, citado pelo "The New York Times".

Naquele que é considerado o maior caso de abuso sexual de menores julgado em França, o antigo cirurgião gástrico tinha, em fevereiro, admitido a culpa. “A devastação que criei é da minha responsabilidade, não do meu ambiente”, disse o arguido, que já tinha sido condenado a 15 anos de prisão por pedofilia em 2020.

“Eu tinha duas vidas: uma vida familiar, social e profissional, e uma vida de pedófilo, à qual dedicava muito tempo. Era viciado em ver pornografia infantil. Os abusos e as violações (de crianças e cometidos) não paravam”, admitiu em fevereiro, quando arrancou o julgamento.

“Joël Le Scouarnec aproveitou-se da vulnerabilidade das vítimas, quando estas estavam sedadas e não podiam falar devido à sua tenra idade ou deficiência”, declarou a juíza Buresi na sua sentença de 12 minutos, sublinhando que "as consequências para as vítimas e as suas famílias foram particularmente significativas”.