A China acusou , esta quinta-feira, os Estados Unidos de adotarem uma "ação discriminatória e politicamente motivada", após terem anulado os vistos de estudantes chineses, o que, segundo Pequim, constitui uma violação dos seus direitos e um ataque aos intercâmbios académicos.

"O lado americano, sob o pretexto da ideologia e da segurança nacional, cancelou injustificadamente os vistos dos estudantes chineses", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, numa conferência de imprensa.

Pequim apresentou um protesto formal a Washington e expressou a sua "firme oposição" a uma medida que "prejudica seriamente os direitos e interesses legítimos" dos seus cidadãos e "impede os intercâmbios educativos e culturais normais", segundo a porta-voz.

"A medida expõe a falsidade da chamada liberdade e abertura que os EUA afirmam defender e só irá prejudicar ainda mais a sua imagem e credibilidade internacional", disse Mao.

O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou esta semana a revogação de vistos para estudantes chineses, especialmente aqueles com alegadas ligações ao Partido Comunista ou matriculados em "áreas-chave", sem entrar em pormenores.

A administração Trump tem como alvo várias universidades, que acusa de serem progressistas ou mesmo antissemitas, e especialmente Harvard, que proibiu de aceitar mais estudantes estrangeiros.

Na quarta-feira, Trump considerou excessivo que o número de estudantes estrangeiros em Harvard ultrapasse um quarto do total e considerou adequado limitar esta quota a 15%.

Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo, acolhe atualmente 10.158 estudantes internacionais de 150 países, incluindo 2.126 da China, segundo dados relativos ao ano letivo 2024/2025 publicados no portal do gabinete internacional da organização.