As autoridades de saúde moçambicanas estimaram que cerca de 130.000 crianças ainda não foram imunizadas contra diferentes doenças infantis no país, destacando, no entanto, melhorias significativas na cobertura de vacinação.

"Os esforços que nós vamos continuar a fazer, neste ano e no próximo, são de trabalhar para garantir que consigamos reduzir até à metade os casos", disse ontem o chefe do Programa Alargado de Vacinação do Ministério da Saúde, Leonildo Nhampossa.

Segundo o responsável, a imunização das cerca de 130.000 crianças será feita na modalidade de recuperação nos serviços de saúde de rotina, nas unidades de saúde do país.

"Nós melhorámos muito. Moçambique já não faz parte da lista crítica dos países com crianças zero dose. O país recuperou significativamente as suas coberturas vacinais", referiu.

Nhampossa avançou ainda que, para o ano, o sistema nacional de saúde prevê alargar a distribuição de algumas vacinas no país.

"Este ano prevê-se a expansão da vacina da malária, para algumas províncias (...) com um peso da doença considerado como sendo de alta e média transmissão", disse, acrescentado que, até 2027, Moçambique passará a introduzir a vacina da hepatite B para recém-nascidos.

Moçambique pretende vacinar seis milhões de crianças menores de um ano até 2030 para travar a mortalidade com doenças como malária, diarreia e pneumonia.

"Renovamos aqui o compromisso de alcançar cerca de seis milhões de crianças menores de um ano vacinadas, numa média anual de 1,2 milhões ao longo dos próximos cinco anos", declarou o ministro da Saúde de Moçambique, Ussene Isse, na quinta-feira, no encerramento do Fórum Global de Inovação e Ação para Imunização e Sobrevivência Infantil -- 2025, em Maputo.

A vacinação em larga escala para os próximos cinco anos, assumida pelo executivo moçambicano, visa travar a morte de crianças menores de um ano e baixar os índices até 2030, quando se pretende alcançar menos de 25 mortos em menores de cinco anos em cada mil nados vivos, de acordo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

"Devemos agir hoje pela sobrevivência das nossas crianças. Portanto, a promoção da saúde e bem-estar da criança não é uma opção. É, sim, um imperativo para as nossas sociedades", disse o ministro da Saúde, ao encerrar o fórum.