
Numa iniciativa da campanha eleitoral, no Funchal, os dirigentes comunistas disseram que têm sentido, no contacto com as populações, o reconhecimento no partido a vontade de que a coligação que junta PCP e PEV volte a ter a representação no parlamento madeirense que perdeu nas últimas eleições.
"Muita gente reconhece e afirma que a CDU é fundamental na defesa dos direitos de quem trabalha, muita gente reconhece que para a defesa dos direitos dos trabalhadores, para combater a precariedade, na luta por melhores salários [...]só a CDU e a CDU é indispensável. Mas não basta o reconhecimento. É preciso votar a CDU", salientou o cabeça de lista às eleições de domingo, Edgar Silva.
Discursando perante dirigentes e ativistas sindicais, num encontro que decorreu no Museu de Eletricidade da Madeira, o candidato frisou que a ligação "com a justa causa dos trabalhadores" é um "elemento distintivo" da CDU e apelou para que "ninguém se canse sobretudo nesta tarefa de dizer que não basta reconhecer" a falta que a coligação faz.
"Temos que dizer às pessoas: Está na sua mão resolver este problema, acabar de uma vez por todas com esta injustiça e fazer com que a força que o povo perdeu nas últimas eleições possa agora ser recuperada", reforçou.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, reafirmou estar confiante de que a CDU vai eleger deputados no domingo, e reproduziu a conversa que teve hoje com um cidadão que lhe desejou boa sorte: "Amigo, isto não vai lá com sorte, não é questão de fezada, isto vai lá com votos".
"Não nos deixemos levar pelas palavras boas, que ainda bem que assim são, de sorte, [...] sabemos por experiência própria, experiência acumulada, nada disso é garantia de resultado positivo para quem trabalha", vincou.
Paulo Raimundo insistiu que é preciso continuar a mobilizar o eleitorado até ao dia do sufrágio, rejeitando fazer para já cenários pós-eleitorais.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no domingo com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.
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