
O presidente francês Emmanuel Macron e a sua esposa, Brigitte, avançaram com um processo por difamação nos Estados Unidos contra a influencer e podcaster Candace Owens. A ação judicial tem como base as alegações falsas de que a primeira-dama francesa seria, na verdade, do sexo masculino.
Na queixa apresentada num tribunal do Delaware, o casal Macron acusa Owens de promover uma campanha global de difamação repleta de mentiras, com o objetivo de aumentar a audiência do seu podcast.
Entre as falsas afirmações, Candace Owens diz que a primeira-dama francesa nasceu com o nome de Jean-Michel Trogneux, nome do irmão mais velho de Brigitte.
O casal Macron refere que a influenciadora usou a sua imagem, a relação matrimonial e a história pessoal para criar uma narrativa ofensiva e degradante, que tem alimentado um fenómeno global de bullying.
Em resposta, Candace Owens negou as acusações, classificando o processo como uma estratégia desesperada para manchar a sua reputação.
A influenciadora também afirmou que desconhecia a existência do processo até à sua publicação, apesar de haver contactos legais entre as partes desde janeiro.
Um porta-voz de Owens afirmou que o processo representa um ataque de um governo estrangeiro à liberdade de expressão de uma jornalista independente americana.
O casal Macron explicou que tentou, por três vezes, que Candace Owens retratasse as declarações difamatórias antes de avançar para o tribunal, mas a influenciadora recusou-se.
Um caso raro entre líderes mundiais
Este é um caso pouco comum em que um chefe de Estado recorre aos tribunais para se defender contra acusações públicas.
O processo centra-se principalmente num podcast de oito episódios intitulado “Becoming Brigitte”, que tem milhões de visualizações e no qual são difundidas falsas acusações como a alegação de que Brigitte Macron roubou identidade, fez transição de género e que o casal estaria envolvido numa relação incestuosa, alegações que a queixa desmente e destaca que o relacionamento do casal sempre respeitou a lei.
Estas teorias conspirativas têm circulado desde 2021, incluindo em programas de rádio populares nos Estados Unidos, como os de Tucker Carlson e Joe Rogan.
Em França, Brigitte Macron já ganhou uma ação semelhante contra dois indivíduos que espalharam rumores sobre o seu género, embora a decisão tenha sido recentemente revertida e esteja agora a ser alvo de recurso no Supremo Tribunal francês.