
O tráfego aéreo em redor de Moscovo foi suspenso na quinta-feira, devido a ataques de drones ucranianos, revelou o Ministério da Defesa russo, acrescentando que intercetou cerca de 100 drones, 35 destes quando se aproximavam da capital.
"O sistema de defesa antiaérea intercetou e destruiu 105 drones ucranianos" no total, destacou a Defesa russa, em comunicado.
O presidente da câmara da capital, Sergei Sobyanin, apontou na rede social Telegram que "os serviços de resgate estão a trabalhar no local da queda dos destroços".
Depois, o presidente da câmara anunciou que 11 novos drones foram intercetados a aproximar-se da cidade.
A Força Aérea ucraniana indicou, por sua vez, que a Rússia lançou 128 drones sobre a Ucrânia durante a noite, dos quais 112 foram abatidos, intercetados por meios eletrónicos ou extraviados.
Os dois países têm lutado entre si com drones explosivos quase diariamente desde que a Rússia lançou a sua ofensiva na Ucrânia, há mais de três anos, mas Moscovo raramente foi atingida.
Os voos foram suspensos em vários aeroportos da capital russa, de acordo com a agência de aviação civil Rosaviatsia, incluindo o principal aeroporto internacional de Sheremetyevo, bem como os de Vnukovo, Domodedovo e Zhukovsky.
O Presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou até agora os apelos de Kiev, Washington e dos europeus para um cessar-fogo duradouro.
Moscovo e Kiev realizaram na passada sexta-feira em Istambul as primeiras conversações diretas de paz desde a primavera de 2022, mas a reunião de apenas duas horas não produziu um cessar-fogo ou outros grandes progressos, à exceção da troca de prisioneiros.
A Rússia, cujo Exército ainda ocupa quase 20% do território ucraniano, continua a impor as suas exigências maximalistas, que implicam o reconhecimento de quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia) e a península anexada da Crimeia, a desmilitarização do país vizinho e a recusa da sua adesão à NATO.
Por seu lado, Kiev, mais os seus aliados ocidentais, exige uma trégua antes de conversações de paz com Putin e não abdica da soberania sobre as regiões parcialmente ocupadas pelos russos.
O número de mortos na guerra é de, pelo menos, dezenas de milhares, e os combates obrigaram milhões de ucranianos a fugir das cidades e vilas do leste e sul do país.