A associação ambientalista Zero quer que haja avisos regulares públicos sobre os perigos de poluição do ar associados aos incêndios rurais, porque "não basta um alerta genérico" para a população nas zonas mais afetadas.

Em comunicado, o presidente da Zero, Francisco Ferreira, lamentou hoje que "não se dê prioridade à proteção da saúde das populações, principalmente das mais vulneráveis face à enorme poluição do ar associada" aos incêndios.

"As partículas finas emitidas pelos incêndios rurais são o poluente atmosférico de maior preocupação para a saúde pública, porque as mesmas podem viajar profundamente para os pulmões e até mesmo entrar na corrente sanguínea", alertou.

A associação Zero defende a criação de avisos à população "no âmbito da ação da Proteção Civil em conjunto com o Ministério do Ambiente e Energia, através da Agência Portuguesa do Ambiente, e do Ministério da Saúde, através da Direção-Geral de Saúde".

A propósito dos incêndios que nos últimos dias consomem floresta e mato, em particular no norte do país, e da previsão de perigo de incêndio rural, a Direção-Geral de Saúde (DGS) emitiu na terça-feira uma série de recomendações.

Em situação de inalação de fumos, a DGS recomenda retirar a pessoa do local e evitar que respire o fumo ou esteja exposta ao calor e avisa que "a inalação de fumos ou de substâncias irritantes químicas, e o calor podem provocar danos nas vias respiratórias".

A utilização de máscara/respirador (N95) é recomendada sempre que a exposição for inevitável, bem como manter a medicação habitual "se tiver doenças associadas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crónica e seguir as indicações do médico perante o eventual agravamento das queixas".