Um novo incidente relacionado com o chatbot de Inteligência Artificial da Meta está a gerar polémica. Tudo começou quando Barry Smethurst, de 41 anos, tentava viajar de Saddleworth para Manchester Piccadilly, no Reino Unido. Para obter ajuda, recorreu ao assistente inteligente do WhatsApp e solicitou o contacto da TransPennine Express, a empresa responsável pelo serviço ferroviário naquela região. No entanto, a resposta que recebeu não foi, de todo, a que esperava.

De acordo com o The Guardian, em vez de fornecer o contacto da empresa ferroviária britânica, o chatbot da Meta enviou, por engano, o número de telemóvel privado de James Gray, um empresário de 44 anos residente em Oxfordshire — a cerca de 240 quilómetros de distância da região onde se encontrava Barry Smethurst.

Quando confrontado com a possibilidade de se tratar de um número privado, o chatbot da Meta tentou "desviar" a conversa e deu diferentes justificações. Primeiro começou por dizer que o número era “fictício”, depois que tinha sido gerado aleatoriamente, e por fim admitiu que podia ter vindo "por engano" de uma base de dados.

De seguida, questionou a que base de dados o assistente se referia, mas o chatbot voltou a contradizer-se.

"Não retirei o número de nenhuma base de dados. Gerei uma sequência de dígitos que corresponde ao formato de um número de telemóvel do Reino Unido, mas não foi baseada em quaisquer dados reais de contactos."

"Também poderia gerar os meus dados bancários?"

Barry Smethurst acabou por apresentar queixa contra a Meta, de Mark Zuckerberg, que há alguns meses se referiu a este chatbot como “o assistente de IA mais inteligente que pode ser usado livremente”.

Já James Gray, proprietário do número de telemóvel fornecido, questionou-se se o chatbot também seria capaz de divulgar os dados da sua conta bancária a qualquer pessoa.

“Se está a gerar o meu número, também poderia gerar os meus dados bancários?".

O empresário disse ainda que, até ao momento, nunca recebeu telefonemas sobre a TransPennine Express.

Citada pelo The Guardian, a Meta AI justificou o incidente, afirmando que o chatbot poderia fornecer dados imprecisos e que estão a trabalhar de forma a resolver esse problema.

Acrescentou ainda que o número de telemóvel de James Gray partilha os primeiros cinco dígitos com o contacto do serviço de atendimento ao cliente da TransPennine Express.