Cresceu na zona do Areeiro e com 13 anos já frequentava os bastidores de Revista pela mão do pai. Numa época em que a televisão era a preto e branco, a única cor que existia eram as atuações de Simone de Oliveira ou de Madalena Iglésias nos programas de variedades que Helena gostava de imitar. Tirou o curso de Línguas e os pais ambicionavam que fosse secretária ou hospedeira de bordo, profissão da irmã e permitida apenas às moças solteiras. Portugal vivia na ditadura salazarista em que a mulher tinha um papel secundário na sociedade, mas Helena Isabel quis ter o papel principal e contra todas as expetativas decide abraçar as Artes do Espetáculo e ser atriz. “Os meus pais não acharam graça nenhuma”, conta. Apesar de crescer num país onde a voz tinha de se calar, nunca quis viver muda e, talvez por isso, os palcos a desafiaram. Foi vítima, como tantos atores e autores, da censura.
Quando se dão os primeiros movimentos do golpe de Estado, a 24 de abril de 1974, e é lançada a música do seu grande amigo, mais tarde marido, Paulo de Carvalho “E Depois do Adeus”, Helena está no Parque Mayer no aniversário da grande atriz e vedeta da época, Ivone Silva.
Helena Isabel conta ao SAPO estas e outras histórias de um passado que não é assim tão longínquo e, por isso, hoje em dia, recusa-se a compreender os saudosistas de um tempo que não viveram. “Eu deito as mãos à cabeça, quando oiço pessoas mais novas a dizer ‘o que fazia falta cá era um Salazar’ e eu lembro-me do que se vivia e penso como é que é possível?”, diz.
Portugal viveu uma ditadura durante 48 anos, a Helena viveu 22 deles. Quando se é criança, percebe-se que se vive numa ditadura?
Em criança propriamente, não me apercebi. Comecei a aperceber-me na adolescência, também pelas conversas que se tinham lá em casa sobre ser perigoso falar-se de certas coisas em público. Diziam que tinha de ter cuidado com as conversas na escola com as colegas, porque eu sempre fui um bocadinho rebelde e sempre fui de reclamar contra aquilo que não achava que estivesse bem, apesar de nessa altura ser uma coisa muito inocente fruto da idade, mas não havia liberdade para isso.
Como mulher, essa falta de liberdade era mais visível…
Sim. A mulher tinha um papel perfeitamente secundário na nossa sociedade. Comecei a aperceber-me que as mulheres não podiam sair do país sem a autorização dos maridos, e eu achava aquilo uma bizarria. A violência doméstica não era grave, nem razão para divórcio. Lembro-me de ouvir conversas em que se dizia “coitada, mas tem que aguentar. É ter paciência” . Vínhamos de muitos e muitos anos de lavagem de cérebro, portanto, é normal que as pessoas não se revoltassem assim tanto porque não eram pessoas mais esclarecidas ou politizadas. Não é que eu fosse na altura, até porque era muito nova, mas sempre fui curiosa, sempre quis saber mais do que aquilo que estava à vista. E, como comecei a trabalhar aos 17 anos com pessoas mais velhas e mais politizadas, também comecei a ter outra experiência de vida.
Foi nessa altura que escolhe as artes do espetáculo como profissão, os seus pais não viram isso com bons olhos...
Não, os meus pais não acharam mesmo graça nenhuma. Eu estava ainda a fazer curso de Línguas quando comecei no teatro com 17 anos. Senti realmente na família um grande travão quando quis ser atriz, porque estava programada ou para ser secretária, visto que tirei um curso de línguas, ou para seguir as pisadas da minha irmã, que era assistente de bordo. E a vida corria-lhe bem, ganhava-se bem e ela adorava. Era uma vida bonita. E é natural que os meus pais quisessem isso para mim e tivessem ficado desapontados quando eu disse que queria ser atriz. Além do preconceito que havia em relação às mulheres do teatro, era a instabilidade. Eu lembro-me das conversas com a minha mãe em que ela me dizia: “Ó filha, isso é uma vida tão incerta, nunca se sabe com o que pode contar ao fim do mês". Claro que eu percebo essa preocupação e realmente foi até hoje uma vida completamente incerta e insegura, mas foi a que eu escolhi.
E da sociedade também sentia essa desaprovação?
Não. Até porque eu depois fui em tournée para África, onde estive oito meses, e portanto, as pessoas que me rodeavam e as minhas amizades mudaram um pouco, eram pessoas que tinham escolhido o mesmo caminho que eu. E, além de mais velhas, eram pessoas mais politizadas, sabiam mais do que eu porque já tinham passado por muito mais na vida. E eram artistas…
"Tínhamos o ensaio da censura em que fazíamos a peça para uns senhores, entre oito e onze, que se sentavam na primeira fila com o texto no colo e com um lápis azul"
Estreou-se com a peça "Direitos da Mulher" em 1969. Nessa altura, já podia viajar sozinha?
Sim. Apesar de ter 18 anos, quando fui em tournée, e na prática nessa altura a maioridade era só aos 21, havia a possibilidade de emancipação – que era um documento que os pais assinavam para, por exemplo, tirar a carta. E eu fui emancipada exatamente para poder tirar a carta, portanto quando fui viajar, já não precisei de autorização de ninguém porque já era maior.
O título da peça "Direitos da Mulher" era curioso para a época. Era revolucionária? Do que se tratava?
Era uma comédia espanhola do Alfonso Paso e não era assim tão à frente, nem tão revolucionária, porque era a história de um casal em que a mulher se queria emancipar, mas depois não acabava nada bem, do meu ponto de vista, porque a mulher chegava à conclusão que ficar em casa com o marido é que era bom. Isto era muito pouco revolucionário e não beliscou nada o governo. Claro que se fosse uma peça que defendesse efetivamente os direitos da mulher, se calhar não tinha passado nos ensaios da censura.
Passou por muitos desses ensaios?
Todos. Não havia peça nenhuma que se fizesse em Portugal que não fosse à censura. Cerca de oito dias antes da estreia, tínhamos o ensaio da censura em que fazíamos a peça para uns senhores, entre oito e onze, que se sentavam na primeira fila com o texto no colo e com um lápis azul. E quando achavam que algo era contra o governo, ou contra a mentalidade existente, pura e simplesmente cortavam o texto. E depois, no final do ensaio, vinham ter com o diretor da peça e dava-lhe o texto com as frases censuradas. E nós cortávamos aquilo, arranjávamos outra maneira de a cena ainda fazer sentido e estreávamos assim.
Não havia outra forma...
Não. Senão, não podíamos estrear. Mas havia uma coisa engraçada. Quando eu fiz revista, a revista era uma coisa muito mais interventiva, não era como o teatro de comédia, e muitas vezes dizíamos tudo o que estava originalmente. Os porteiros dos teatros já conheciam os censores e vinham aos camarins avisar que estava lá a censura, que de vez em quando iam fiscalizar, e aí nós dizíamos tudo direitinho, só que eles nunca ficavam para ver o espetáculo todo e quando se iam embora nós voltávamos ao texto original (ri-se) Era ali o gato e rato.
A Helena tinha um grupo de amigos que era muito revolucionário, digamos assim. O Fernando Tordo, o Paulo de Carvalho, Ary dos Santos… tinham conversas contra o regime?
Sim, mas conversas à porta fechada, claro que sim. Eu não era muito politizada, mas sempre tive um enorme sentido de justiça. E via coisas com as quais não estava nada de acordo, como as manifestações que acabavam todas com a polícia de choque a bater com cassetetes nas pessoas que estavam pacificamente a manifestar-se. Portanto, à porta fechada, em casa deste ou daquele, nós falávamos e discutíamos, mas não era uma coisa que pudéssemos discutir no café nem sequer no nosso local de trabalho, porque a PIDE estava em todo o lado e bastava ser contra o regime para já ser comunista. Isto parece muito radical nos dias de hoje para quem não viveu naquela época, mas eu garanto que era mesmo assim. Não estou a exagerar. E é a nossa História recente.
E a pergunta que se impõe: onde estava no 25 de Abril?
(risos) Tenho uma história curiosa. No dia 24 de abril, fazia anos uma grande atriz, a Ivone Silva, ela trabalhava no Parque Mayer e fez um jantar no restaurante do teatro para festejar. E claro e eu saí de lá já no dia 25, era madrugada. Meti-me no carro e liguei o rádio e ouvi algo das Forças Armadas, achei estranho, mas nem me passou pela cabeça que fosse um golpe de Estado. Pensei "bem isto foi uma insurreição e a coisa já está resolvida." Nem liguei, cheguei a casa e fui-me deitar. Só no dia seguinte é que percebi e fui logo ao Largo do Carmo festejar. Estava tudo na rua. E foram assim uns dias, semanas de loucura, de perfeita loucura, de andar na rua de manhã à noite. Tirando o nascimento do meu filho, foi o dia mais feliz da minha vida.
Já a ouvi dizer numa entrevista que se pudesse voltar a uma altura da sua vida, voltava a abril de 74. Porquê?
Foi a época mais importante da minha vida por causa desta revolução de costumes, mentalidades e estilo de vida. Nós vivíamos num país a preto e branco e de repente acordámos num país a cores. Tudo se abriu aos nossos olhos. E eu, que ainda por cima estava na idade da descoberta, tinha 21 anos, mais ainda. Eu senti durante um ou dois anos que não tinha os pezinhos no chão, parecia que andava a flutuar. Não sei muito bem explicar isto por palavras porque foi um sentimento de grande alegria.
Lembra-se de ter feito algo que era proibido, logo após este golpe de Estado?
Tantas, tantas. Dar um beijo na rua ao namorado, por exemplo, porque antigamente não se podia, vinha logo a polícia dizer que era uma conduta imprópria na via pública. Havia coisas perfeitamente ridículas, como ser proibido acender um isqueiro na rua sem licença. Era necessário ter um papelinho como licença de isqueiro. Eu nunca tive licença, mas também nunca fui multada (ri-se). Naquela altura, era tudo muito bizarro.
Lembra-se deste trecho, que eu penso que era a Helena a cantar: “Já me ouvem, já me ouvem. Falo agora. Este grito já consigo pôr cá fora. É a hora de gritarmos liberdade, é a hora de dizermos a verdade”
Era eu, era eu. Na peça “Pides na Grelha” do Adoque. Eu fazia de boneco da Feira Popular. Era um boneco ao qual as pessoas atiravam bolas e se acertassem ganhavam um prémio. E era a história daquele boneco, num primeiro momento sempre estático a quem atiravam bolas e depois dá-se uma viragem com aquele significado como se dissesse “já posso falar, agora já não tenho de estar aqui a apanhar com as bolas, já posso também dar a minha opinião e também já posso falar.”
E estas mensagens eram o espírito do teatro naquela altura...
Exatamente. O Teatro Adoque foi um projeto muito inovador, foi uma cooperativa de atores, discutida num restaurante ali nas Portas de Santo Atão, começámos a pensar que podíamos escolher aquilo que queríamos fazer e representar sem ter um empresário. Antes do 25 de Abril já se fazia revista, no Parque Mayer, mas era uma coisa mais tradicional porque os empresários, também receosos das receitas, achavam que as pessoas gostavam era do tradicional. E ali criámos uma coisa mais alternativa ao que já havia.
"Acho que de forma respeitosa, pode-se brincar com tudo e isso é excelente. É um sinal de que vivemos em democracia"
E é depois nos anos 80, em 1982, que é emitida a primeira novela portuguesa, “Vila Faia” que foi também a estreia da Helena neste formato. Acha que a democracia também foi responsável por isto, por dar esse espaço para este tipo de produção?
Acho que sim, porque tudo evoluiu a partir de 74. Ficámos abertos para o mundo e também na sequência do 25 de Abril, começam a passar as telenovelas brasileiras que vieram abrir mentalidades. E que antes disso era impensável. A primeira novela brasileira em Portugal foi a Gabriela [transmitida em 1977] que foi um sucesso. Ea uma coisa muito diferente, já naquela altura os brasileiros eram muito mais para a frente do que nós. Então também acho que daí nasce mais a vontade de também fazermos as nossas. Antes não fazíamos porque também não as víamos...
Não tinham como aprender…
Sim, não tínhamos o exemplo, porque na televisão, naquela altura, passavam os programas de variedades que era com cantores como a Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, António Calvário; havia teatro, peças de teatro que eram filmadas para televisão e o cinema americano que por vezes também tinha cenas cortadas pela censura, portanto, nunca passou pela cabeça fazer novelas, porque não conhecíamos. Mas depois houve uns visionários, o Nicolau Brayner, o Thilo Krasmann e o Vitor Mamede, que formaram a produtora EDIPIM e que se lembraram de fazer uma novela portuguesa e começaram a fazer castings para escolher atores, jovens que nunca tinham feito nada, e foi assim que se começaram a fazer novelas.
Também nos anos 80, fez parte de dois projetos revolucionários no humor, " O Tal Canal" e o "Hermanias”. Aí também o humor era diferente…
Os anos 80, para mim, foram gloriosos, tanto a nível profissional como a nível pessoal, porque casei, tive um filho e fiz parte destes projetos maravilhosos. Mas quanto ao humor, era um humor muito diferente, era o non-sense. Até ali, nós tínhamos um tipo de humor revisteiro que assentava mais na brejeirice e na crítica política; nos anos 80, foi mais uma crítica social de costumes, , muito mais na linha dos Monty Python, que eram uma referência. Foi uma viragem importante na forma como se fazia humor em Portugal.
A democracia também teve um papel importante no humor?
Claro! Porque de repente pudemos, e continuamos a poder, brincar com tudo e fazer humor com tudo, apesar de as pessoas acharem que deve haver limites. É uma discussão muito complicada, porque se calhar há coisas que a mim me chocam em termos de humor e outras que não me chocam. De qualquer modo, não se pode nunca censurar a criatividade de um humorista ou de quem faz humor. E o Bruno Nogueira pegou nisso e acho que o fez muito bem, quando fez humor com assuntos tabu. Acho que se for de forma respeitosa, pode-se brincar com tudo e isso é excelente. É um sinal de que vivemos em democracia.
"Aquilo que se prometeu a seguir ao 25 de Abril, todas aquelas coisas que as pessoas têm direito, estão neste momento a funcionar mal"
E até aos dias de hoje, sente que tem havido evolução a nível de textos e enredo na representação?
Eu acho que foi acompanhando os tempos. Por exemplo, nos anos 80 ter um casal homossexual numa novela era uma coisa impensável e hoje em dia é uma coisa perfeitamente normal. Portanto, houve uma evolução e há uma preocupação grande de focar os temas sociais. A última novela que fiz "Quero é Viver" [na TVI] retratava uma mulher de 70 anos que resolve sair de casa e viver a vida dela e deixar o marido com quem era casada há 40 e tal anos. Mesmo as histórias paralelas abordavam algo, como o caso de uma das filhas que era casada com o homossexual que não se queria assumir. Todos estes temas estão efetivamente a acompanhar os dias de hoje e que podem ser até pedagógicos.
E que Helena era nos anos 80 e que Helena é hoje?
Eu era uma pessoa muito mais confiante do que sou hoje, era uma pessoa mais crédula e esperançosa de que as coisas iam chegar lá e hoje em dia já não sou tão crédula. Atualmente, já estou mais cética, já acho que em certos aspetos não aprendemos e continuamos a não aprender.
A Helena viveu uma época, já aqui falámos, em que os direitos das mulheres eram praticamente inexistentes. Hoje continua a preocupar-se com o tema? Como o vê?
Sim. Há pessoas que dizem que já não há necessidade de ser feminista hoje em dia e eu digo: claro que há! Enquanto houver violência doméstica, enquanto a mulher não ganhar o mesmo do que o homem em trabalho igual, eu continuo a ser feminista. Felizmente evoluiu-se imenso, mas as coisas não estão tão bem como deviam estar. E depois dizem que há mais divórcios, claro que há! Antigamente, a mulher não trabalhava, era dependente do homem e portanto não tinha como subsistir se se separasse. Hoje em dia, a mulher não depende do homem e portanto é mais fácil. Quando não se está bem, uma pessoa muda-se, mas naquela altura não se podia mudar, e já nem estou a falar de antes do 25 de Abril. A mulher era suposto estar em casa a tomar conta dos filhos. E mesmo depois de a mulher poder trabalhar, era criticada por pôr os filhos muito cedo nos infantários, porque continuava a ser vista como aquela que tem de tomar conta dos filhos. A evolução foi lenta, foi muito lenta e ainda hoje há muito para fazer.
Ainda há resquícios de muitos anos…
Muitos, muitos. E sobretudo nos países latinos é onde isso é mais latente. Os países nórdicos já tinham outra cabeça há muitos anos. Hoje ainda há muito machismo e machismo encapotado que é o pior.
Acha que, quase 50 anos depois, a democracia ainda tem ameaças e perigos?
Sim. Há sempre retrocessos na sociedade. De repente, parece que há pessoas com saudades do que se passava antigamente, mas acho que a maior parte, não faz nem ideia do que era este país antigamente. Eu lembro-me de quando viajava, e isto já muito depois do 25 de Abril, quando no avião nos aproximávamos do aeroporto para aterrar em Lisboa, só víamos barracas à volta. Era quase uma favela. As pessoas viviam muito mal, eram muito pobres. E isto ainda foi assim durante algum tempo. O meu filho, que viajava muito connosco, e tem hoje 35 anos, lembra-se. Portanto, isto é relativamente recente e as pessoas esquecem-se.
Muitas pessoas dizem que "se falta cumprir Abril". O que acha que se quer dizer com isto? E faltará?
O que eu acho que se quer dizer é que aquilo que se prometeu a seguir ao 25 de Abril: pão, paz, habitação, saúde e todas aquelas coisas que as pessoas têm direito estão neste momento a funcionar mal. Basta olhar para a atualidade e perceber que o nosso Serviço Nacional de Saúde está com problemas. Estamos a viver esta crise horrível na habitação, que já á se viveu logo após o 25 de abril, em que as rendas eram muito altas e as pessoas não tinham dinheiro para alugar casa. Na educação todos os dias os professores estão a vir para a rua em protesto. As tais promessas de Abril, ao fim de quase 50 anos, não se cumpriram e as pessoas estão descontentes e com toda a razão. Já se passou tanto tempo e como é que não se resolveu? Como é que se resolve? Também não sei, se soubesse concorria a primeira-ministra (ri-se).
E o que é que lhe falta cumprir?
A mim?
Sim.
(respira fundo) Eu neste momento já não peço mais nada. Todas as coisas que quis fazer na vida, praticamente consegui: quis ser atriz e fui; quis ter um filho e tive; quis ser uma mulher livre e independente e sou. Portanto, aquilo que eu peço para o futuro, e não o que me falta fazer, é continuar a ter saúde, a mesma força para trabalhar e o mesmo ânimo e entusiasmo pela vida. Porque quando uma pessoa o perde é porque já morreu, mesmo que continue cá. E espero não perder isso tão cedo.
Veja também as entrevistas especiais para assinalar os 50 anos do 25 de Abril com Fátima Lopes, Gisela João, Nuno Delgado e João Paulo Diniz.