
O processo disciplinar ao chefe da guarda prisional de Vale de Judeus na sequência da fuga de cinco reclusos desta cadeia foi arquivado, adiantou esta terça-feira o sindicato do qual é associado.
"O processo disciplinar ao comissário prisional foi hoje arquivado", disse à Lusa Hermínio Barradas, presidente da Associação Sindical das Chefias do Corpo dos Guardas Prisionais (ASCCGP).
Segundo o responsável sindical, ao contrário dos restantes sete guardas prisionais visados nos oito processos disciplinares abertos a guardas prisionais pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), o comissário prisional optou por prestar declarações ao Serviço de Auditoria e Inspeção (SAI) desta direção-geral, "prestou os esclarecimentos que tinha que prestar e viu o processo arquivado".
A 19 de março os sete guardas prisionais com processos disciplinares abertos na sequência da fuga de Vale de Judeus recusaram prestar declarações ao SAI por desconhecerem os factos de que estavam acusados, adiantou na altura o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), que os representa legalmente neste processo.
Arquivamento do processo sem relação com fuga
O Ministério da Justiça esclareceu esta terça-feira que o processo disciplinar arquivado a um chefe da guarda prisional em Vale de Judeus não se relaciona com a fuga de cinco reclusos nem visa o chefe que estava de serviço nesse dia.
"O Comissário a que se refere a notícia não estava em efetividade de funções na data em que ocorreu a fuga de Vale de Judeus. Por isso, em relação a este responsável, não foi aberto processo disciplinar pela fuga. Este arquivamento reporta-se a outros factos, sem qualquer relação com a evasão dos reclusos", esclareceu a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
A Associação Sindical das Chefias do Corpo dos Guardas Prisionais (ASCCGP) tinha avançado o arquivamento do processo disciplinar aberto ao chefe da guarda prisional de serviço na prisão de Vale de Judeus quando se deu a fuga, o que o Ministério da Justiça veio agora desmentir.
A fuga dos cinco
A 7 de setembro de 2024 fugiram de Vale de Judeus o argentino Rodolfo Lohrman, o britânico Mark Roscaleer, o georgiano Shergili Farjiani, e os portugueses Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira.
Todos os evadidos já foram recapturados, apenas um em Portugal.
Quando fugiram, os cinco reclusos cumpriam penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento, entre outros crimes.
Com LUSA