O presidente do FC Porto e o presidente da Federação Portuguesa de Futebol prestaram hoje homenagem a Diogo Jota e ao irmão, André Silva, no velório que decorre em Gondomar, sublinhando o impacto da perda no futebol português.

André Villas-Boas abandonou a Capela da Ressurreição ao início da tarde, deixando declarações emocionadas sobre o momento que considerou ter "desmoronado a família".

O líder portista revelou que os dois irmãos foram homenageados simbolicamente com cartões de sócio do FC Porto, num gesto de reconhecimento e proximidade com o clube.

"Fizemos intenção de deixar aqui os dois cartões de sócio. O Diogo não era sócio e tornou-se hoje. No caso do André, recuperámos as quotas e trouxemos o cartão para homenagear a família. É um momento terrível para todos. Condolências para todos, aos companheiros do Liverpool, do Wolverhampton, do Gondomar, do Paços de Ferreira e do Penafiel, que também perderam um grande companheiro. É trágico e merece um momento de reflexão", afirmou.

Villas-Boas destacou ainda os laços de ambos com os 'dragões', sobretudo André Silva, com um percurso mais longo na formação 'azul e branca'. Por seu lado, Diogo Jota representou o clube em 2016/17, então por empréstimo do Atlético de Madrid, que o tinha contratado pouco antes ao Paços de Ferreira.

"Passaram pelo FC Porto e viemos prestar as devidas condolências. Temos o Diogo com esta história nos seniores, mas temos o André Silva com grande história nas camadas jovens, desde os infantis até aos sub-19, e é assim acarinhado pelas equipas técnicas. Resta carregar as boas memórias, por tudo o que o Diogo representa, não só dentro de campo como fora. Vai ser bem recordado como o seu irmão. É uma dor insuportável", manifestou.

Também Pedro Proença, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, compareceu à cerimónia, expressando a dor coletiva que atravessa o futebol nacional.

"É um momento muito triste para o futebol português, mas a força do futebol e do Diogo, assim como de toda a sua família, junta toda a comunidade futebolística. Era uma figura muito acima da portugalidade e do que esta representa. Temos sentido essa força, temos de saber respeitar o momento da família. É uma família que fica ancorada por este acidente. O futebol está verdadeiramente de luto, o Diogo era um ícone", afirmou o líder federativo.

O velório de Diogo Jota e do irmão André Silva está a decorrer hoje, em Gondomar.

O funeral está marcado para sábado, às 10:00, na Igreja Matriz de Gondomar, com missa presidida pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda.

Diogo Jota, de 28 anos, e o irmão André Silva, de 25, que jogava no Penafiel, morreram na quinta-feira de madrugada, num acidente de viação na A52, em Cernadilla, Zamora, em Espanha.

O avançado internacional português jogava no Liverpool, emblema que representava há cinco épocas e pelo qual venceu uma Liga inglesa, uma Taça de Inglaterra e duas Taças da Liga, sagrando-se ainda campeão do Championship, o segundo escalão inglês, com o Wolverhampton.

Depois da formação no Gondomar e no Paços de Ferreira, o avançado representou por uma época o FC Porto, por empréstimo do Atlético de Madrid, sendo depois cedido pelos espanhóis ao Wolverhampton, no qual esteve três temporadas.

Na seleção portuguesa, Diogo Jota somou 49 internacionalizações e 14 golos, tendo conquistado duas edições da Liga das Nações, a mais recente no mês passado, em Munique.