
O presidente da Assembleia da República recordou hoje o Papa Francisco como "uma figura absolutamente única e que prestou relevantes serviços à humanidade" e considerou que a unanimidade do voto de pesar foi "um momento importantíssimo para a democracia".
"Eu acho que o significado é do grande respeito que o povo português e o Estado português tem por uma figura absolutamente única e que prestou relevantes serviços à humanidade", afirmou o presidente do parlamento em declarações à RTP à chegada a Roma.
Aguiar-Branco vai estar presente, no sábado, no funeral do Papa Francisco, juntamente com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
O presidente da Assembleia da República considerou que "faz todo sentido que a delegação portuguesa, numa última homenagem, seja constituída pelas mais altas figuras do Estado".
José Pedro Aguiar-Branco salientou também a aprovação, esta manhã, de um voto de pesar pela morte do Papa Francisco.
"Hoje vivemos na Assembleia um momento de exceção, um momento em que todo o parlamento e todos os grupos parlamentares, por unanimidade, fizeram a aprovação de um momento importantíssimo para a democracia portuguesa, um momento também único para Portugal e isso acho que expressa bem aquilo que é o respeito que todo o povo português aqui, por via dos seus representantes, tributam ao Papa Francisco", defendeu.
O presidente da Assembleia da República considerou que o líder da Igreja Católica deixa um legado "da força da palavra e da força da genuinidade".
E conseguiu "o respeito de todos, porque falou sempre de uma forma transparente, franca e acreditando que, por via da palavra, é possível chegar e obter consensos".
"Consensos que não são meros consensos da palavra, porque depois traduzem-se em atos concretos, em situações concretas, em ações concretas, que ele fez ao longo de todo o seu pontificado, sempre em favor das pessoas mais desfavorecidas, daqueles que eram os mais excluídos da sociedade e que, por essa via, permitiu mostrar que a fraternidade, a misericórdia e aquilo que deve ser a solidariedade de todos nós é um exercício que devemos também seguir na atividade política", defendeu.
Aguiar-Branco considerou também que o Papa Francisco deixou também uma "mensagem muito forte", que a "política, o exercício da política é uma das formas mais nobres de também praticar a caridade".
Questionado se o Papa o inspirou pessoalmente, o presidente da Assembleia da República disse que sim.
"Eu sou católico e, portanto, para além da dimensão confessional, o exemplo da liderança enquanto chefe da Igreja, acho que, por um lado, é um exemplo e um legado que, como ele dizia, isto é um passo e é um passo para que todos nós também, no exercício das nossas funções, sigamos esse exemplo e também, como chefe da Igreja, em momento difícil para a Igreja, acho que restaurou muito da caridade que estava, digamos, manchada no início do seu pontificado e que deixa também a esse nível uma Igreja que pode e deve, seguindo o seu legado, mostrar que tem força e tem aquilo que é importante para nos inspirar a todos no exercício das nossas funções", afirmou.