
O ADN-Madeira está contra a anunciada concessão dos trilhos pedestres da Região a entidades privadas, avançada pelo DIÁRIO, tecendo duras críticas ao que classifica como um processo contínuo de privatização de bens e serviços públicos por parte do Governo Regional.
"Somos contra a privatização do que é público e pelo que temos estado a assistir nos últimos anos é a concessão de Marinas a grupos de construção civil, viagens marítimas entre Madeira e Porto Santo monopolizadas a um grupo económico, praias públicas entregues a grupos hoteleiros, Centro de Inspecção Automóvel monopolizado a uma empresa que nem havia ganho o concurso público e agora querem entregar os nosso trilhos a privados", afirmou Miguel Pita.
Tendo em conta todas estas privatizações que em nada são normais e saudáveis em termos de soberania regional, só vem a provar que não precisamos de um Governo Regional eleito pelo povo, quando podemos desde já privatizar a governação regional da Madeira. Miguel Pita, ADN-Madeira
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O ADN-Madeira defende que qualquer processo de concessão deve ser pautado por "transparência, regras claras e medidas exequíveis", lembrando que os trilhos naturais da Região fazem parte do património ambiental madeirense. "Trata-se da nossa natureza e seguramente essa privatização será de longa duração (décadas), tendo em conta o investimento necessário. O mesmo se aplica ao tal Teleférico do Curral das Freiras cuja concessão é totalmente duvidosa em termos legais e paisagísticos", acrescentou.
É necessário e importante a fiscalização após estas concessões, pois temos de ter certeza que os respectivos contratos estão a ser cumpridos na íntegra sob pena de perda de exploração do bem público, assim como questionamos o destino que será dado às verbas resultantes das taxas turísticas cobradas aos turistas que tinham como finalidade a conservação desses mesmos trilhos que agora serão privatizados. Miguel Pita, ADN-Madeira
O partido finaliza o comunicando, lembrando que a própria água que é um dos recursos naturais mais importantes que temos para a nossa sobrevivência. "Também já foi privatizado (ARM) e receamos que a este ritmo de privatizações concedidas a "amigos" do sistema politico regional, em breve estaremos a pagar pelo próprio ar que respiramos através de um contador personalizado", concluiu.