
Qualquer negócio tem ganhos se utilizar a experiência dos mais velhos à inovação do talento jovem, integrando ambos como elementos essenciais da estratégia de uma organização. De acordo com o especialista norte-americano em ageism (idadismo, em português) Bradley Schurman, o exemplo da BMW é paradigmático: ao perceber que teria em breve falta de pessoal, a marca alemã convenceu os seus engenheiros mais seniores a prolongar a sua vida profissional, mediante compensação e em horário parcial, mas usando a sua experiência pessoal e profissional para acrescentar valor aos novos produtos criados pelas equipas mais jovens. Trabalhando a inovação com essa mais-valia, chegou a soluções como bancos ergonómicos, habitáculos mais confortáveis nos carros e ferramentas que facilitavam a condução, dando aos modelos características que juntavam inovação e comodidade.
"Os automóveis da construtora alemã tornaram-se assim na marca preferida dos mais velhos; sem serem vistos como carros associados a cidadãos seniores mas antes veículos aspiracionais e representativos da escolha de quem está bem na vida", explica Bradley Schurman, apontando a integração de equipas que juntavam engenheiros e designers mais velhos a trabalhar lado a lado com os jovens como segredo do sucesso da BMW.
Pode então a manutenção de cabeças grisalhas nas organizações, ao mesmo tempo que se faz a renovação de quadros e se integra talento jovem beneficiá-las? Será essa a chave para também manter uma sociedade mais ativa e integrada, num país que está no top dos que mais envelhecem na Europa? O talento intergeracional é fundamental para impulsionar a inovação e o crescimento sustentável?
Estas e outras perguntas vão estar no centro de mais uma conversa improvável, com moderação do maestro Martim Sousa Tavares, no regresso das Beyond Profit Talks, by Fundação Santander, em parceria com o SAPO. Nesta sexta-feira, pelas 13.00, Isabel Viegas, cofundadora da Associação dNovo, e João Machado, presidente da Fundação AGEAS, são os convidados que trazem a sua experiência ao Auditório Santander, em Lisboa (inscreva-se aqui para assistir à conversa no auditório, com entrada gratuita, ou veja mais tarde, aqui no SAPO).
Afinal, a idade leva ou eleva o talento? É a pergunta que serve de base à conversa entre a responsável pelo Talento na Semapa e docente na Católica Lisbon School of Business & Economics Isabel Viegas e o consultor que desenhou e implementou o dealflow do Fundo para a Inovação Social (FIS), primeiro fundo de investimento de impacto público em Portugal, e que, na Fundação Ageas, liderou a criação de respostas a três problemas sociais: saúde, envelhecimento da população e exclusão social.
Acompanhe aqui esta e as anteriores conversas improváveis, que já se debruçaram sobre temas como O Poder das Artes na Sociedade, A Educação Precisa de Inovação e O Amor Como Critério de Gestão.