
O exército israelita matou hoje em bombardeamentos 21 palestinianos na Faixa de Gaza, incluindo uma família de cinco pessoas em Jabalia (norte), confirmaram à agência EFE fontes médicas no enclave.
Os corpos dos familiares, incluindo duas crianças, foram levados ao Hospital Al Shifa, a oeste da Cidade de Gaza.
No sul, pelo menos outras cinco pessoas foram mortas, incluindo três mulheres e uma criança, e mais de 20 ficaram feridas num bombardeamento a tendas de deslocados na área de Al Mawasi, na cidade de Khan Younis.
De acordo com a agência de notícias oficial palestiniana Wafa, uma mulher e o filho morreram e outras nove pessoas ficaram feridas quando um 'drone' israelita bombardeou a escola Al Hanawe, a noroeste de Khan Younis.
Soma-se um número desconhecido de moradores de Gaza morto no bombardeamento de uma casa perto da Mesquita Al-Shafii, também em Khan Younis.
No total, desde que Israel interrompeu o cessar-fogo a 18 de março, mais de 737.000 palestinianos, cerca de 35% da população de Gaza, foram deslocados, informou na quinta-feira o gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
A maioria das casas em Gaza foi destruída ou está inabitável, e muitas famílias permanecem expostas, uma vez que as autoridades israelitas ainda não suspenderam a proibição de entrada de tendas e outros materiais de abrigo, imposta desde o início de março.
Israel também proíbe a população de tomar banho ou pescar no Mar Mediterrâneo, que para algumas famílias é o único meio de subsistência.
Líderes religiosos e eclesiásticos condenam ataque a igreja em Gaza
Líderes religiosos e eclesiásticos de Jerusalém uniram-se hoje para condenar o "atroz ataque israelita" que fez na quinta-feira três mortos na Igreja Católica da Sagrada Família, em Gaza, e apelaram ao fim da guerra.
"Apelamos aos líderes mundiais e às agências das Nações Unidas para que trabalhem por um cessar-fogo imediato em Gaza, que leve ao fim desta guerra", afirmaram os patriarcas das Igrejas Arménia e Ortodoxa Grega em comunicado, fazendo eco da mensagem de condenação do Patriarca Latino, na quinta-feira.
"As nossas orações e apoio mantêm-se firmes, clamando por justiça, paz e o fim do sofrimento que se abateu sobre o povo de Gaza", acrescentou o comunicado, lembrando que os locais de culto estão protegidos pelo direito internacional humanitário e não devem ser bombardeados.
No momento do ataque, pelas 10:20 locais (08:30 em Lisboa) de quinta-feira, havia mais de 400 pessoas sem-abrigo na igreja, incluindo crianças e pessoas com necessidades especiais.
O ataque fez pelo menos três mortos e vários feridos, incluindo o pároco, o argentino Gabriel Romanelli, a quem o Papa Francisco telefonava todos os dias desde o início da invasão israelita da Faixa de Gaza e até pouco antes da sua morte, em 21 de abril.
Na noite passada, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou que "uma munição perdida" do exército israelita tenha atingido a igreja e afirmou que "cada vida inocente perdida é uma tragédia", numa mensagem enviada após uma conversa telefónica com o presidente norte-americano, Donald Trump.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 58 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.