O Sport Clube Borbense comemora 80 anos este domingo, dia 13 de abril, e conta com cerca de 800 sócios e 220 atletas atualmente.

No entanto, estes números, positivos para a realidade local, não representam na totalidade a realidade atual do clube.

Isto porque, segundo o presidente da direção, Joaquim Trincheiras, o clube encontra-se em estado de «indefinição» face às eleições que se aproximam, a 9 de maio.

«Temos a perfeita noção de que o período é complicado», referiu, mas que, «com a atual dinâmica, o Borbense não se pode dar ao luxo de parar».

Ainda assim, sublinhou que é hipótese «alguém da direção ficar, se não aparecer ninguém».

Contudo, aliado ao facto de a atual direção estar junta há 15 anos, «isto tem causado alguma saturação ultimamente, apesar de gostarmos mesmo disto, como é notório».

Desta forma, a ideia da direção passa por «sensibilizar ao máximo» para a situação quem «acompanha diariamente ou semanalmente o Borbense» e «acordar essa gente para esta realidade».

«Acho que alguma solução será apresentada na próxima Assembleia Eleitoral no dia 9 de maio», acrescentou, dizendo ainda que «estou convencido que há sócios e vontades no concelho».

Joaquim Trincheiras vincou que quer que «esses borbenses se cheguem à frente e tomem conta dos destinos do clube», até porque «toda a atual direção tem mostrado vontade de não continuar».

«Pelos contactos que temos mantido, sei que algumas pessoas não estão com vontade de avançar já, mas não podemos entrar num impasse», adicionou.

O presidente destacou que este cenário poderá complicar a próxima temporada, uma vez que «não vai haver aqui grande margem para andarmos a discutir quem fica ou quem vai».

«A disponibilidade é igual para todos. Todos temos família e trabalho, mas temos de dar andamento a esta situação, seja com quem for», afirmou.

Com eleições de dois em dois anos, nas últimas houve «algumas movimentações», mas «há sempre a desculpa de não quererem ir contra quem cá está». Em 2025, «não vão estar a lutar contra ninguém»

Destacou que sabe que parece um «’bicho de sete cabeças’», mas que «não o é, com a máxima sinceridade», mesmo que requeira «alguma disponibilidade, como é natural».

«Não tem de ser apenas um elemento a dar tudo. Se cada um der uma parte do seu tempo, dará para dar andamento a esta instituição que merece respeito», acrescentou.

Consequências

Questionado em relação a consequências possíveis para dia 9 de maio, a mais possível é «remarcar a eleição para duas semanas depois». Isto se as listas não forem apresentadas até dia «25 de abril».

Caso assim continue, «não havendo ninguém interessado, as chaves são entregues ao presidente da Assembleia, que encaminhará a chaves ao executivo da Câmara».

«O município está alertado para isso. Em janeiro tive a oportunidade de reunir com o executivo e de colocar esse assunto em cima da mesa e, na altura, houve alguma surpresa», complementou.

Joaquim Trincheiras realçou que esse não é um passo «desejável» e que é um «cenário limite», mas que «depois a câmara indicaria alguém que tomasse conta dos destinos do clube».

Contudo, «estou convencido que isso não vai acontecer, porque os sócios que gostam mesmo do Borbense não o vão permitir» e que «mais tarde ou mais cedo, vai criar-se uma equipa».

«Só tenho pena é que, se as coisas se começam a arrastar, comprometam já a próxima época», desabafou, dando o exemplo da «boa possibilidade de chegar ao título no distrital de iniciados», o que dará «passaporte para o campeonato nacional na próxima época».

«É um campeonato nacional e totalmente diferente. Além de começar mais cedo, é mais exigente e tem de se ter outros argumentos que não aqueles que neste momento temos», acrescentou.

Nesse sentido, «os atletas também iriam ser prejudicados», para além do clube em si, isto porque «não são todos do concelho», sendo que atletas «de concelhos limítrofes».

«Se a situação se arrastar, a diminuição do número de atletas é uma possibilidade. Nesta condição iriam ficar parados, ou inclusive sair para outros clubes», referiu.

Sendo atletas de nível amador, «no final do mês de junho são livres e podem ir para onde quiserem» e, no caso dos mais novos, «podem falar com os pais e querem resolver a sua situação antes de irem de férias».

Questionado se esta indefinição passa para dentro das quatro linhas, o presidente vincou que poderá passar mais «nos seniores», já que «já pensam nas coisas». Já os miúdos, «andam felizes naturalmente, porque jogam, treinam e estão com os colegas».