Ana Galvão foi a entrevistada do programa Alta Definição, este sábado, 8 de fevereiro. Numa conversa intimista com Daniel Oliveira, a comunicadora deu a conhecer o seu lado mais pessoal e recordou a perda do pai, em 2020, assim como a doença com a qual este conviveu durante anos.
"Deixou uma vazio de uma pessoa a quem eu ligava sempre que precisava e já me aconteceu pensar em telefonar ao meu pai, mas já não o tenho. Ele já morreu (...) Tu não conheces o mundo sem os teus pais e, quando um desaparece, a vida muda, o mundo já não é o de antes", começou por referir.
"O meu pai esteve mais de dez anos doente, tinha um enfisema pulmonar. São doenças muito prolongadas, cujos sintomas podem ir suavizando. Não que ele se cuidasse incrivelmente, ele foi um artista até morrer, com tudo o que isso traz. Ele deu-nos imensos sustos. Cada vez que apanhava uma constipação, para ele era um motivo para ir para as urgências", acrescentou em seguida.
Ana Galvão confessou ainda que teve "muito tempo" para se preparar para a partida do progenitor e falou sobre o sofrimento causado pela doença. "Eu acho que um lado nosso estava com vontade porque ele não tinha qualidade de vida. É uma doença muito dolorosa. Não consegues respirar e o facto de não conseguires respirar faz com que não consigas dormir. Eu acho que sofria mais com ele vivo às vezes, com aquilo que ele estava a passar. Ele dizia: 'Não durmo há uma semana' (...) Era duro, mais para ele do que para nós, mas não era simpático ver alguém assim, muito menos alguém da tua família. Então, de alguma maneira, foi também um alívio para ele", notou.
Ana Galvão assume: “Já traí”
Os últimos dias da vida do pai da comunicadora foram passados numa cama de hospital, numa altura em que o contacto familiar era limitado. "Ficou num hospital onde não podíamos entrar, estávamos na pandemia, foi mesmo em pleno Covid-19. Foi horrível, nós não pudemos ver o meu pai, não estávamos ao pé dele. Nos momentos em que ele acordava não estava ninguém. Causa-me sofrimento pensar que ele não teve ninguém ao pé, tinha só uma foto nossa", contou.
"Até que recebemos a notícia que ele tinha morrido de madrugada (...) O que mais pena me deu é que acho que ele morreu num ambiente muito frio, uma coisa que eu não gostava. Acho que ele merecia mais calor, ele sempre foi uma pessoa muito rodeada de muitas pessoas", continuou, acrescentando que ainda conseguiu despedir-se do pai.
"Ainda o vimos, ainda lhe demos a mão. Primeiro a minha irmã e eu, depois o meu irmão. Fomos por fases, mas ainda nos conseguimos despedir", recordou.
Por fim, Ana Galvão recordou o pai como uma pessoa que "tinha uma personalidade muito independente". "Eu acho que eu saio muito a ele porque eu sou bastante independente, vivo bem sozinha, arranjo coisas para fazer. Ele era esta pessoa", completou.