Andreia Rodrigues sentou-se à conversa com Júlia Pinheiro no programa das tardes da SIC desta quarta-feira, 19 de março, em que se assinala o Dia do Pai. A apresentadora recordou as boas memórias com o progenitor e ainda a morte deste em junho do ano passado.

"Era um homem muito inteligente, que me inspirava bastante. Tinha muitas conversas com ele. Passou-me muito dessa energia de estar com a família. Era mesmo amigo do seu amigo", começou por dizer a comunicadora, não contendo as lágrimas.

Mas houve uma altura desafiante vivida pela família do rosto da SIC. "Houve um amigo que alertou a minha mãe por causa do vício dele. Ele tinha uma empresa e houve uma viagem que fez em que teve oportunidade de experimentar cocaína, experimentou e gostou. Sempre vivemos relativamente bem, [...] mas achou que a cocaína lhe podia dar mais força", lembrou.

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"O meu pai tinha alguns cartões de crédito que usou para consumo e, de repente, ficámos sem nada. Tivemos de mudar de casa, fomos para uma casa alugada. Não havia condições", contou ainda Andreia Rodrigues, visivelmente emocionada.

Andreia Rodrigues: "A droga roubou-lhe a alma"

E eis que falou ainda sobre o que mudou no pai por causa da adição. "A adição transforma qualquer pessoa. Nesta fase final, estávamos mais distantes. Mas a droga roubou-lhe a alma. Quando tivemos de sair de casa, apercebemo-nos de uma realidade completamente diferente", disse.

"Numa altura, a minha mãe convidou o meu pai a sair de casa. Já não havia dinheiro e o meu pai estava a perder o controlo. Eu estava a ser vítima daquela doença e aquilo era nocivo para todos. A minha mãe é a minha luz, ela 'rompeu' mas esteve sempre lá para mim e para o meu pai", acrescentou.

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Ainda assim, e com todas estas adversidades, a comunicadora revelou que sempre manteve uma boa relação com o progenitor. "Nunca deixei de me sentir amada pelo meu pai. Nos poucos momentos em que estávamos juntos, eu sabia que era amada à maneira dele", sublinhou.

"O meu pai aceitou recuperar porque estava no limite. Eu fazia viagens com a minha avó para o ir visitar, ele pedia-me muitas vezes desculpa. Eu devia ter 16 anos, nessa altura. Esteve três anos sem consumir, mas eu tinha medo", acrescentou ainda.

Andreia Rodrigues recordou ainda quando soube que iria ser mãe pela primeira vez. "Tentei sempre ajudá-lo. [...] Quando lhe disse que ia ser mãe, eu queria que ele fosse um avô presente mas não conseguia", referiu.