Numa parceria feita com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, estando-se a assinalar esta terça-feira, 4 de fevereiro, o Dia Mundial do Cancro, Sofia Ribeiro foi até à sua conta no Instagram para recordar uma das batalhas mais duras da sua vida.

Praticamente nove anos depois da sua luta contra o problema oncológico, a atriz da SIC, protagonista da novela 'Senhora do Mar', não esquece as marcas que a doença deixou em si, tendo sentido a necessidade de partilhar uma longa e emotiva reflexão sobre essa batalha.

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"O cancro virou a minha vida de pernas para o ar. Caiu na minha vida como uma daquelas chuvas torrenciais que faz a cidade parar e quando vemos, está tudo alagado. Não sabemos o que fazer, como encontrar um caminho para fugir e chegar ao destino", começou por escrever.

"Até que a chuva começa a acalmar, os carros voltam a andar, o trânsito começa a fluir lentamente e felizmente consigo chegar a casa.
Chegar a casa entenda-se, chegar a mim. Porque até lá ia a todo o lado só para não ter que parar e olhar para mim", continuou. "Bizarro dizer que precisei do cancro? Precisei. Espero não o voltar a encontrar", assumiu.

"A verdade é que a consciência e confronto com a nossa fragilidade, no caso a minha, deu-me o respeito pela vida e por mim, que hoje sei que não tinha. Acho mesmo que me deu vida. Deu-me alegria de viver, foco, determinação. Deu-me menos pressa mas mais sede. Mais doçura, calma, deu-me menos medosMas foi uma grande merda! Foi, então não. Um ano qual 'Matrix', a desviar-me das balas e 9 meses depois de estar bem, foi a vez do meu pai! E o cancro levou-mo. Foi uma valente merda…", lamentou.

"Mas devolveu-me a mim, e a minha família… Ensinou-me a perdoar. Ensinou-me a parar. Ensinou-me que um raio de sol e um mergulho no mar valem ouro (...)", continuou, enumerando vários dos ensinamentos conseguidos depois desta luta.

"Cada história é única e a forma como a vivemos também. Ao partilhar a nossa, não estamos só a dividir experiências, que só por si tantas vezes servem de aconchego. Estamos, essencialmente, a relembrar que infelizmente não acontece só aos outros. A relembrar a importância de olharmos para nós, de fazermos os nossos exames, porque um diagnóstico precoce vai mesmo ditar o final da história", rematou.