
A edição deste ano do Festival Giacometti, subordinado ao tema "A Voz e a Polifonia", arranca às 16h00 com uma arruada dos Zés-Pereira de Bravães - grupo tradicional de percussão daquela freguesia de Ponte da Barca, que utiliza instrumentos como bombos e caixas -, de acordo com a programação, hoje apresentada em Lisboa.
O festival começa oficialmente uma hora depois, com uma cerimónia de abertura, a que se seguirá a atuação das Sopa de Pedra, um grupo de canto polifónico composto apenas por mulheres, que cantam à capella canções de raiz tradicional.
O resto da tarde será preenchido com arruadas dos Zés-Pereira de Bravães, uma exposição sobre "A Córsega e a Polifonia Corsa", no Museu Municipal, e um espetáculo que junta as Sopa de Pedra com a banda Retimbrar, que se inspira em canções, ritmos e instrumentos musicais tradicionais portugueses.
Para animar a noite, o DJ Gaiteirinho junta-se ao coletivo Tradballs no Palco Danças, na zona das associações e tasquinhas.
A manhã do segundo dia de festival começa com dois passeios: uma caminhada de Ferreira do Alentejo a Peroguarda e uma romagem ao cemitério desta localidade onde Michel Giacometti está sepultado.
Pelo meio, haverá nova arruada dos Zés-Pereira de Bravães.
A tarde fica marcada por um concerto do grupo Quatro ao Sul com todos os grupos corais do concelho, uma conferência sobre o tema "Polifonia, Vozes de Mulheres" e arruadas dos Caretos de Podence, grupo de mascarados representando imagens diabólicas e misteriosas, originários daquela aldeia de Macedo de Cavaleiros, declarados Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2019.
A noite recebe a cantora Teresa Salgueiro, que se tornou conhecida como vocalista do grupo Madredeus, numa atuação em que convida a cantora Isabel Silvestre e o grupo feminino Vozes de Manhouce, e termina novamente com música e dança ao som de DJ Gaiteirinho.
Um concerto para crianças apresentado por Taleguinho, projeto musical de Catarina Moura, e um 'workshop' de "polifonia vozes de mulheres" são as propostas para a manhã de dia 08, enquanto a tarde é preenchida com o filme "A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria", de Tiago Pereira, e uma atuação de Isabel Silvestre, com Vozes de Manhouce, Quatro ao Sul e Os Boinas.
O festival encerra com espetáculos da cantora e investigadora italiana Maria Moramarco, conhecida não só pela sua voz, mas também pelo seu trabalho na preservação da música tradicional da região da Puglia, e do músico, compositor e cantor senegalês Momi Maiga, que se destaca por combinar música tradicional da África Ocidental com outros géneros, como o flamenco.
Ao longo do dia haverá novamente arruadas dos Zés-Pereira de Bravães.
O Festival Giacometti, iniciativa da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, foi criado em 2018 para homenagear e celebrar o legado de Michel Giacometti, conceituado etnólogo nascido em Ajaccio, na Córsega, que trabalhou na recolha e investigação em prol da cultura portuguesa.
Segundo a organização, existe uma ligação forte desta personalidade a Ferreira do Alentejo onde, em 1968, fez várias recolhas relacionadas com o "cante" em Peroguarda, Ferreira e Figueira dos Cavaleiros.
"A ligação profunda que estabeleceu com a comunidade local, nomeadamente com a de Peroguarda, onde criou diferentes amizades, levaram-no a escolher a pequena e branca aldeia como sua última morada".
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