Os trabalhos de escavação do túnel de drenagem entre Monsanto e Santa Apolónia, em Lisboa, levaram à descoberta de vestígios arqueológicos de diversas épocas, revelou esta quarta-feira a Câmara Municipal de Lisboa.

Entre os achados identificados estão dois muros cais – um datado entre os séculos XVI e XVIII e outro posterior ao século XVIII –, construções tardo-medievais e modernas, vestígios de ocupação da época romana e até um segmento da Muralha Fernandina (1373-1375).

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Segundo os especialistas, a localização e conservação destas estruturas reforçam a importância do local, que pode ter tido uma função portuária na época romana.

O corte proporcionado pelo canal de drenagem permite uma leitura transversal entre meio aquático e terrestre, existindo um núcleo de ambiente húmido correspondendo a um contexto portuário romano e um núcleo terrestre com ocupação ribeirinha", adiantou.

Este tipo de achados arqueológicos em Lisboa são, segundo o Património Cultural, "muito frequentes", uma vez que o subsolo da cidade "é muito rico em vestígios arqueológicos, visto ter uma ocupação permanente ao longo de vários séculos".

De acordo com a Câmara de Lisboa, os trabalhos de desmontagem dos achados arqueológicos já foram concluídos na maioria dos casos, mas ainda decorrem para os vestígios romanos. Todos os artefactos encontrados, como cerâmicas e metais, estão a ser alvo de limpeza, catalogação e armazenamento para posterior estudo.

"Corresponde à CCDR - Património Cultural avaliar em cada momento o impacto na obra de escavação do túnel de drenagem, "sendo certo que estes achados permitem acrescentar informação importante para contar a história da cidade de Lisboa". acrescentou a autarquia em resposta à Lusa.

As escavações fazem parte do Plano Geral de Drenagem de Lisboa, uma das grandes obras de engenharia em curso na cidade.