![TotalEnergies aguarda que EUA aprove financiamento do projeto em Moçambique e admite novo atraso](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Patrick Pouyanne, que respondia a jornalistas depois da apresentação dos resultados da empresa no quarto trimestre de 2024, afirmou que o Exim Bank está a analisar o financiamento de 4,7 mil milhões de dólares (cerca de 4,5 mil milhões de euros), quase 25 por cento do projeto em curso em Cabo Delgado, à luz dos decretos do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O presidente executivo (CEO) da petrolífera francesa mostrou-se, contudo, otimista quanto a essa aprovação, assim como do financiamento por parte da agência de crédito à exportação do Reino Unido, para retomar o projeto, suspenso desde 2021 devido a ataques terroristas naquela província de Moçambique, o que, como já tinha dito, continua também condicionado ao restabelecimento da segurança.
"O Exim tem regras de não discriminação em projetos, por isso acredito que será aprovado o financiamento sob a administração Trump, e que confirmará o apoio à exportação do GNL (Gás Natural Liquefeito) de Moçambique nos próximos meses, ou nas próximas semanas", afirmou Patrick Pouyanne.
O CEO revelou ainda que a Grã-Bretanha, comprometida com um financiamento entre 800 mil e mil milhões de dólares, está a analisar o direito legal de sair, mas lembrou que este contrato de financiamento está já assinado.
Patrick Pouyanne admitiu também hoje que a empresa terá de reajustar para 2029-2030 a data para iniciar a produção de gás natural liquefeito em Moçambique, referindo que se perderam ultimamente "mais alguns meses".
O dirigente da TotalEnergies tinha referido, num encontro anterior com investidores, que cumprir o objetivo anterior implicava o "reinicio do projeto ainda em 2024", o que não aconteceu.
No final de janeiro, o Presidente moçambicano disse, na sua página no X, ter recebido de Patrick Pouyanne a garantia do "empenho" da TotalEnergies em retomar o projeto em Cabo Delgado.
O CEO da empresa deu hoje conta do que se debateu nesse encontro, reafirmou o empenho no projeto e reconheceu "que há melhorias inegáveis na segurança, mas não é perfeita".
Este projeto de exploração de gás foi interrompido em 2021 após um ataque 'jihadista' onde dezenas de civis foram mortos, uma situação que forçou a Total a declarar força maior e a retirar todo o pessoal do estaleiro de obras.
A TotalEnergies tem uma participação de 26,5% neste projeto, que prevê um investimento de 20 mil milhões de dólares (cerca de 19,18 mil milhões de euros ao câmbio atual), destinado principalmente a clientes na Ásia, a par de parceiros moçambicanos e da japonesa Mitsui (20%).
Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
A TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, em Afungi, nas proximidades de Palma, na província de Cabo Delgado, para produção e exportação de gás natural.
A petrolífera francesa TotalEnergies anunciou hoje que obteve lucros de 18,3 mil milhões de dólares (17,8 mil milhões de euros) em 2024, menos 21% do que no ano anterior, quando atingiu um recorde histórico.
No conjunto do ano, o grupo registou um aumento de 2% na produção de hidrocarbonetos e de 4% na produção de gás natural, graças ao aumento da atividade em alguns dos seus campos, como Mero 2 e 3 no Brasil e outros no Azerbaijão e Omã.
O grupo francês, que não comunica as perspetivas financeiras para todo o ano, prevê aumentar este ano a produção de hidrocarbonetos em 3%, com a aceleração dos projetos no Golfo do México e no Brasil.
O grupo anunciou que planeia investimentos líquidos de 17 mil milhões a 17,5 mil milhões de dólares para 2025.
ANP (MC/PVJ) // MLL
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