A Revolut revelou nesta segunda-feira os dados relativos à atividade de crime financeiro reportados à empresa em 2024. Olhando para os números, a empresa conclui que 54% das queixas, no segundo semestre do ano passado, tiveram origem nas plataformas Meta, mas destaca um crescimento do WhatsApp e do Telegram. O neobanco sediado na Lituânia avisa que “encriptação não significa proteção”, ao mesmo tempo que critica a inação das empresas donas das redes sociais no que diz respeito a prevenir estas fraudes.

“A Revolut exige mais do que medidas reativas”, reitera a empresa no seu comunicado. A ‘fintech’ apela a processos mais exigentes para com criadores de conteúdo e entidades promotoras e ainda monitorização com recurso a Inteligência Artificial, bem como a colaboração com instituições financeiras e as autoridades.

O diretor de Crime Financeiro da Revolut, Woody Malouf, alerta que “os criminosos estão a adaptar as suas táticas rapidamente, explorando cada vez mais aplicações de mensagens encriptadas supostamente seguras”. No entanto, “apesar de repetidas chamadas da parte da Revolut e de outras instituições financeiras, as plataformas de redes sociais estão a falhar na sua abordagem à fraude que tanto afeta os seus utilizadores”, acusa Malouf. O diretor acrescenta que “a sua inação não só é negligente, como é um facilitador direto de crime financeiro”. “Precisamos de ação imediata e decisiva, não de promessas vazias”, remata.

Meta em destaque nas queixas, Telegram em alto crescimento

Este é o terceiro semestre consecutivo em que a Meta está em primeiro lugar nas queixas recebidas pela Revolut. Por outro lado, sublinha o neobanco, as plataformas Google representam apenas 0,09% dos casos, “provando que grandes empresas tecnológicas podem combater a fraude na origem, de forma bem-sucedida”. Ainda que o Facebook seja responsável por 28% das fraudes reportadas, este último relatório da Revolut aponta para um maior uso do WhatsApp (21%) e do Telegram (18%). Segundo a Revolut, os casos relacionados com o Telegram e o WhatsApp subiram 121% e 67%, respetivamente, na segunda metade de 2024.

Entre os crimes mais recorrentes, as fraudes relacionadas com compras continuam a dominar e a dirigir-se cada vez mais a audiências mais novas. O segundo semestre de 2024 viu um aumento “preocupante” em ‘ticket scams’, nomeadamente entre camadas mais jovens. Os intervalos etários 17-24 e 25-34 tiveram um peso de 36% e 38%, respetivamente, entre os casos reportados na segunda metade de 2024.