Nos primeiros três meses de 2025 viu os lucros consolidados crescerem 13% para 137 milhões de euros. O resultado líquido em Portugal, por seu turno, caiu de 112 milhões de euros para 98 milhões de euros nos primeiros três meses do ano.

Para o aumento dos resultados consolidados contribuiu o dividendo do Banco de Fomento Angola de 46 milhões de euros. O negócio em Moçambique registou um prejuízo de 7 milhões de euros face ao lucro de 9 milhões em igual período de 2024.

O decréscimo do resultado em Portugal deveu-se à queda da margem financeira (diferença entre os juros cobrados no crédito e os juros pagos nos depósitos) de 245 milhões para 223 milhões, que não foi compensada pela volume de negócios gerado nos primeiro três meses de 2025. "Vamos continuar a ver a margem financeira descer e é transversal. Há pouca margem para mudar esta situação", diz o presidente do BPI, recordando que "já tinha dito isto".

"Até 2025 a margem financeira vai ser inferior todos os trimestres", conclui João Pedro Oliveira e Costa.

As comissões liquidas não ajudaram, já que cresceram de 74 milhões de euros para 75 milhões (2%), mais por via de negócio e não pelo aumento do preço das comissões, sublinha o presidente do BPI, João Pedro e Costa.

Crédito e recursos aumentam

No que diz respeito ao crédito concedido registou-se um aumento de 5%, de 30,1 mil milhões de euros para 31,5 mil milhões de euros, com especial destaque para o crédito concedido a empresas (mais 4%) para 12 mil milhões, e no crédito à habitação, de 8% para 15,7 mil milhões de euros.

Os recursos de clientes ascenderam a 41,1 mil milhões de euros, com os depósitos de clientes a crescer 6% para 31,5 mil milhões de euros. Os recursos fora do balanço cresceram 10% para 9,6 mil milhões de euros. Os custos do BPI mantiveram-se "estáveis" ao crescer apenas 1% para 126 milhões de euros, mantendo o rácio de eficiência nos 37% registados em 2024.

O rácio de capital total está nos 17,4%, ligeiramente abaixo do registado no final de 2024. O rácio de crédito malparado está em níveis históricos de 1,3%.

A rentabilidade dos capitais próprios em Portugal situa-se nos 17,5%.