
"Isso motiva-nos ainda mais para o fortalecimento desse bloco geopolítico. A afronta neste momento, por parte do Governo norte-americano, e um protecionismo sem precedentes, certamente nos induz ao fortalecimento do bloco e buscar novas oportunidades", frisou Carlos Fávaro, à margem de uma reunião dos ministros da agricultura deste bloco, que este ano é presidido pelo Brasil.
No Palácio do Itamaraty, em Brasília, citado pela imprensa local, o ministro brasileiro sublinhou ainda que o conflito comercial iniciado pelos EUA contra a China pode favorecer o mercado agropecuário brasileiro, que já é um dos maiores exportadores mundiais.
O ministro brasileiro referia-se à decisão da China de suspender as licenças de exportação de cerca de 400 frigoríficos norte-americanos.
"Há poucos dias, nas carnes bovinas, o Governo chinês deixou de habilitar [autorizar] 395 plantas [instalações frigoríficas]. Alguém vai precisar fornecer essa carne, que era fornecida pelos norte-americanos. O Brasil se apresenta, com muita vontade e capacidade, e tenho certeza que vamos saber ocupar esse espaço e ser um grande fornecedor", frisou.
A presidência brasileira dos BRICS recordou hoje, através de um comunicado, que o grupo possui 30% das terras agrícolas do mundo, 30% da pesca extrativa, 70% da produção aquícola e aproximadamente 50% da população mundial.
"Juntos, abrigam mais da metade dos 550 milhões de estabelecimentos familiares agrícolas do planeta, responsáveis por cerca de 80% da produção de alimentos em termos de valor", lê-se.
O fórum BRICS foi fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e inclui agora o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia, o Irão e a Indonésia, bem como a Arábia Saudita, que foi convidada mas ainda não confirmou a sua adesão.
A reunião ministerial em Brasília terminará com a assinatura de um documento, que será depois discutido na cimeira que os chefes de Estado e de Governo dos BRICS realizam a 06 e 07 de julho no Rio de Janeiro.
MIM // JMC
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