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Se o líder da Casa Branca "avançar com estas tarifas injustificadas", o Canadá terá uma "resposta forte, imediata e segura", reiterou hoje Trudeau.
A Presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, disse por seu lado que espera poder ainda falar com o homólogo norte-americano para o fazer mudar de ideias, a respeito do aumento das tarifas também anunciado para os produtos do seu país.
O chefe da diplomacia mexicana, Juan Ramón de la Fuente, deverá reunir-se com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ainda hoje.
Donald Trump planeia impor tarifas ao Canadá e ao México a partir de terça-feira, além de duplicar a tarifa universal de 10% cobrada sobre as importações da China.
Numa publicação na rede Truth Social, Trump argumentou que drogas ilícitas como o fentanil estão a ser contrabandeadas para os Estados Unidos a "níveis inaceitáveis" e que os impostos de importação forçariam outros países a reprimir o tráfico.
"Não podemos permitir que este flagelo continue a prejudicar os Estados Unidos e, portanto, até que pare ou seja seriamente limitado, as tarifas propostas programadas para entrar em vigor em 04 de março entrarão, de facto, em vigor, conforme programado", escreveu o Presidente republicano.
"A China irá provavelmente pagar uma tarifa adicional de 10% nessa data", acrescentou.
Hoje à tarde, Trump considerou não se terem registado progressos na luta contra as drogas por parte do México e Canadá que o façam considerar reverter a decisão de impor tarifas de 25% a ambos os países na próxima semana.
Questionado sobre se havia visto algum progresso em relação a uma hipotética isenção do México e do Canadá do aumento de tarifas, Trump respondeu que "de forma alguma, não em relação às drogas", embora tenha havido melhorias em relação às travessias irregulares de fronteira.
A perspetiva do agravamento das tarifas já lançou turbulência na economia global, com os consumidores a manifestarem receios sobre o agravamento da inflação e o setor automóvel a antecipar problemas se os dois maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos, o Canadá e o México, forem atingidos pelos novos impostos.
Mas Trump já adotou posturas agressivas no passado apenas para dar adiamentos de última hora, concordando anteriormente com uma suspensão de 30 dias das tarifas do Canadá e do México, que deveriam começar em fevereiro.
O Presidente dos Estados Unidos pretende aplicar tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá, com um imposto mais baixo de 10% sobre os produtos energéticos canadianos, como o petróleo e a eletricidade.
A medida, alegadamente justificada com o tráfico de droga e a imigração ilegal, levou o México e o Canadá a responder com o anúncio de esforços para abordar estes assuntos.
O Canadá designou uma autoridade para o fentanil, e o México enviou 10.000 membros da sua Guarda Nacional para a fronteira com os Estados Unidos.
Trudeau disse que o seu país investiu mais de mil milhões de dólares canadianos (665 milhões de euros) para melhorar a segurança das fronteiras, acrescentando que os ministros e as autoridades do seu executivo também estão em Washington esta semana.
"Não há emergência para os Estados Unidos na fronteira com o Canadá quando se trata de fentanil, e é exatamente isso que estamos a demonstrar neste momento", disse hoje o líder canadiano em Montreal.
"Se os Estados Unidos avançarem e impuserem tarifas, já partilhámos os detalhes do nosso plano. Temos 30 mil milhões de dólares [20 mil milhões de euros] em produtos dos Estados Unidos que estarão sujeitos a tarifas. E 125 mil milhões de dólares [83,2 mil milhões de euros] em tarifas que serão aplicadas três semanas depois. Mas não queremos estar nessa posição", advertiu.
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