De acordo com dados oficiais da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), a principal razão foram os serviços e operações bancárias, cujas receitas aumentou 42,1% para 2,76 mil milhões de patacas (304,8 milhões de euros).

Os dados, divulgados na sexta-feira, revelam ainda que as aplicações financeiras renderam aos bancos do território 528,6 milhões de patacas (58,5 milhões de euros), três vezes mais do que nos primeiros três meses do ano passado.

Na direção contrário, a banca de Macau registou uma queda de 3,1%, para 3,75 mil milhões de patacas (414,3 milhões de euros), na margem de juros, a diferença entre as receitas dos empréstimos e as despesas com depósitos.

Isto depois da AMCM ter aprovado três descidas da principal taxa de juro de referência nos últimos três meses de 2024, a última das quais um corte de 0,25 pontos percentuais, introduzida em 19 de dezembro, seguindo a Reserva Federal norte-americana.

Os bancos de Macau obtiveram um lucro de 4,01 mil milhões de patacas (484,4 milhões de euros) em 2024, uma queda de 21,3% e o valor mais baixo desde 2010, sobretudo devido à queda da margem de juros.

Os empréstimos, a principal fonte de receitas da banca a nível mundial, diminuíram 4,7% nos últimos 12 meses, fixando-se em 1,02 biliões de patacas (113,3 mil milhões de euros) no final de março.

Pelo contrário, os depósitos junto dos bancos de Macau aumentaram 10,3%, para 1,36 biliões de patacas (150,4 mil milhões de euros), disse a AMCM.

Macau tem dois bancos emissores de moeda: a sucursal local do banco estatal chinês Banco da China e o Banco Nacional Ultramarino (BNU), que pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos.

O BNU anunciou em fevereiro lucros líquidos de 585,1 milhões de patacas (cerca de 70 milhões de euros) em 2024, uma diminuição de 0,4%, em parte devido ao "contexto das taxas de juro vigentes".

O crédito malparado na banca de Macau caiu 2,7% em março, para 56,1 mil milhões de patacas (6,2 mil milhões de euros), depois de em fevereiro ter atingido o valor mais elevado desde que a AMCM começou a compliar estes dados, em 1990, ainda durante a administração portuguesa do território.

Em março, os empréstimos vencidos representavam 5,5% dos empréstimos dos bancos de Macau, mais 1,3 pontos percentuais do que no mesmo mês de 2023. Uma percentagem que atinge 6,7% no caso do crédito a instituições ou indivíduos fora da região chinesa.

A Autoridade Bancária Europeia, a agência reguladora da UE, por exemplo, considera que os bancos com pelo menos 5% dos empréstimos malparados têm "elevada exposição" ao risco e devem estabelecer uma estratégia para resolver o problema.

Ainda assim, a percentagem de crédito bancário vencido em Macau está longe do recorde de 25,3% alcançado em meados de 2001, em plena crise económica mundial causada pelo rebentar da bolha especulativa das empresas ligadas à Internet.

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