De acordo com dados dos Serviços de Alfândega da China, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até novembro atingiram 78,7 mil milhões de dólares (76 mil milhões de euros).

Este é o valor mais elevado desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar estes dados, em 2013.

O anterior recorde anual, de 73,4 mil milhões de dólares (70,9 mil milhões de euros), foi fixado em 2023.

Os dados divulgados na quinta-feira revelam que o Brasil foi o maior comprador no bloco lusófono, com importações vindas da China a atingirem 66,5 mil milhões de dólares (64,2 mil milhões de euros), uma subida de 23,5% em termos anuais.

Em segundo na lista vem Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 5,54 mil milhões de dólares (5,35 mil milhões de euros), mais 3,6% do que nos primeiros 11 meses de 2023.

Na direção oposta, as exportações lusófonas para a China caíram 2,3% até novembro, para 129,9 mil milhões de dólares (125,5 mil milhões de euros).

Os dados mostram que a descida se deveu sobretudo ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram 2,2% para 108,3 mil milhões de dólares (104,6 mil milhões de euros).

Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações decrescerem 4,5% para 16,2 mil milhões de dólares (15,6 mil milhões de euros) nos primeiros 11 meses de 2024.

Pelo contrário, as vendas de mercadorias de Portugal para a China aumentaram 11,2% para 2,88 mil milhões de dólares (2,78 mil milhões de euros), enquanto as exportações de Moçambique subiram 6,6% para 1,62 mil milhões de dólares (1,56 mil milhões de euros).

Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram 13,8%, para 972,9 milhões de dólares (939,7 milhões de euros), enquanto as vendas de Timor-Leste (menos 99,1%), Cabo Verde (menos 81,9%) e São Tomé e Príncipe (menos 70,7%) também caíram em comparação com o período entre janeiro e novembro de 2023.

As exportações da Guiné-Bissau para a China mantiveram-se inalteradas nos primeiros 11 meses de 2024, embora o país não tenha vendido mais de mil dólares (cerca de 966 euros) em mercadorias.

Apesar do novo recorde das exportações chinesas e da queda no lado dos países de língua portuguesa, a China registou um défice comercial de 51,2 mil milhões de dólares (49,5 mil milhões de euros) com o bloco lusófono no período entre janeiro e novembro.

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 208,6 mil milhões de dólares (201,6 mil milhões de euros) entre janeiro e novembro, mais 4,3% do que em igual período de 2023.

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