Fazer compras nas plataformas online de fast fashion Shein e Temu vai ficar mais caro para os norte-americanos a partir de maio. Donald Trump assinou uma ordem executiva que elimina a isenção de impostos para pequenos pacotes enviados da China.

Conhecidas por vender produtos a preços baixos, as gigantes chinesas Shein e Temu atraíram compradores norte-americanos (e não só). Contudo, as "pechinchas" deixarão de ser uma realidade para estes consumidores, que se preparam agora para preços mais altos.

O Presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva que elimina os chamados "de minimis", a partir de 2 de maio, para produtos oriundos da China e de Hong Kong.

Ou seja, até agora, as encomendas inferiores a 800 dólares (770 euros) estavam isentas de impostos, o que favoreceu o crescimento da Shein e da Temu nos Estados Unidos. Porém, com a decisão da administração norte-americana, a partir de 2 de maio, as pequenas encomendas oriundas da China passarão a ser taxadas em 90%, um valor que aumenta para 125% em junho.

Com a imposição de tarifas aos produtos importados da China e o fim da isenção de "minimis", o cenário mudou para os consumidores norte-americanos.

O banco de investimento japonês estima que o valor dos pacotes enviados por empresas chinesas como a Temu ou a Shein para os EUA ascendeu a 46 mil milhões de dólares (44 mil milhões de euros) em 2024.

O que é o "de minimis"?

A isenção fazia parte de uma lei aprovada pelo Congresso dos EUA em 1930, a Lei das Tarifas dos EUA. É apelidado "de minimis", em referência ao adágio em latim "de minimis non curat praetor" (o magistrado não se preocupa com questões menores, em português).

O teto foi fixado em 200 dólares durante muito tempo, antes de ser aumentado para 800 dólares através de um novo texto adotado pelo Congresso norte-americano, em 2016.

Este limite é um dos mais elevados do mundo entre as dezenas de países que adotaram a regra "de minimis", tendo a União Europeia, por exemplo, limitado a 150 euros.