A Comissão de Ética da Galp está a investigar uma denúncia anónima sobre o relacionamento do presidente executivo (CEO), Filipe Silva, com uma diretora de topo da petrolífera, que pode configurar conflito de interesse. As conclusões da investigação, noticiada pelo Eco, podem levar à demissão do gestor, cujo mandato termina em dezembro de 2026.
Estarão em análise, segundo o jornal online, alegados conflitos de interesse por causa de um relacionamento próximo e pessoal, mantido em segredo, com uma diretora de topo da companhia, que depende hierarquicamente do gestor.
“Sim, tive conhecimento da denúncia, mas não conheço o teor da mesma e assim que tiver conhecimento dela apenas a discutirei com a Comissão de Ética“, afirmou Filipe Silva em resposta por escrito ao ECO. O gestor confirmou que em nenhum momento participou à Comissão de Ética qualquer relacionamento com quadros da companhia, mas garante que nenhuma relação pessoal “ameaçou a integridade das decisões da Galp“, uma das maiores companhias portuguesas, cotada em bolsa, na Euronext Lisbon.
De acordo com uma terceira fonte contactada pelo ECO, os resultados da investigação da comissão de ética poderão mesmo ditar a demissão de Filipe Silva. O gestor tornou-se presidente executivo da Galp Energia em janeiro de 2023, onde já estava como administrador financeiro desde 2012. O mandato termina oficialmente a 31 de dezembro de 2026.
Sem querer comentar o caso, a presidente do Conselho de Administração da Galp, Paula Amorim diz reiterar "o compromisso da Galp no cumprimento do Código de Ética e Conduta, atuando por isso, sempre que aplicável e nos termos das disposições legais e estatutárias”. E explicou que a Comissão de Ética e Conduta da Galp é a estrutura interna e independente a quem cabe receber a informação e instruir eventuais processos de averiguação.
O presidente do Comité de Ética e Conduta, Tito Arantes Fontes, não confirmou nem desmentiu a denúncia. Afirmo que numa multinacional como a Galp existem sempre denúncias anónimas. Arantes Fontes esclareceu ainda que a Comissão não tem prazos previstos para a conclusão de investigações, mas sublinhou que quando estão em causa processos laborais com possíveis consequências disciplinares, a Comissão de Ética tem em conta as leis que podem ser relevantes para uma decisão.
O Código de Conduta da Galp determina que “um conflito de interesses surge quando os nossos interesses pessoais, sejam eles financeiros, profissionais, familiares, políticos ou outros, ou os interesses de alguém com quem temos um relacionamento próximo, influenciam ou podem ser percecionados como influenciadores do exercício objetivo dos nossos deveres e responsabilidades profissionais”.