Adesina, que discursava numa cerimónia de graduação universitária na Universidade Nacional Aberta da Nigéria, em Abuja, alertou para a redução do comércio e o aumento dos custos do serviço da dívida dos países africanos.

As suas declarações surgem depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter abalado os mercados globais ao impor e depois retirar uma série de sobretaxas aduaneiras nos últimos dias.

A taxa aduaneira básica de 10% continua em vigor para todos os países, com tarifas mais elevadas sobre as importações chinesas para os EUA, interrompendo décadas de uma política comercial global.

As novas taxas levarão a um enfraquecimento das moedas locais, em resultado da queda das receitas em divisas, e é provável que 47 países africanos enfrentem tarifas ainda mais elevadas, disse o presidente do BAD, depois de mencionar também as novas políticas de Washington para a migração e a redução da ajuda externa.

"A inflação irá aumentar à medida que o custo dos bens importados aumenta e as moedas se desvalorizam face ao dólar norte-americano", afirmou Adesina.

"O custo do serviço da dívida, em relação às receitas públicas, irá aumentar à medida que as receitas previstas diminuem", acrescentou.

Enquanto alguns especialistas esperam que os países de todo o mundo se voltem para outros parceiros comerciais, incluindo a China, de acordo com Adesina, a Europa e a Ásia "irão comprar menos bens a África" devido aos choques globais.

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