Com a Europa a colocar os investimentos da defesa como uma prioridade para a responder ao novo posicionamento da administração Trump em relação à Europa e à NATO, as empresas aeroespaciais europeias Airbus, Thales e Leonardo iniciaram negociações sobre uma possível fusão de seus negócios no segmento dos satélites, e pediram já uma reunião com a comissária europeia da Concorrência, Teresa Ribera, avançou esta quarta-feira, a agência Reuters.

A agência salienta que os planos provisórios das três grandes empresas europeias, a francesa Thales, a Italiana Leonard e a pan-europeia Airbus, para criar uma empresa espacial conjunta, têm como objetivo competir com a SpaceX do norte-americano, Elon Musk, proprietária da constelação Starlink.

Os super rápidos satélites Starlink completam uma órbita da Terra em cada 90 minutos. Em guerras cada vez mais tecnológicas, os satélites são absolutamente estratégicos.

Luz verde da Concorrência é essencial

O pedido de reunião com a comissária Teresa Ribera, é um sinal de que as negociações entre as três empresas estão avançadas, e que estas querem saber o que esperar da autoridade da concorrência europeia antes de formalizarem a aprovação de acordos de fusão, que resultará de uma forte consolidação nesta área. A perspetiva de um chumbo ou de grandes limitações poderá fazê-las recuar ou rever os termos do acordo.

A necessidade de fazer parcerias europeias reforçou-se nos últimos meses, à medida que se foi tornando mais evidente que os EUA iriam deixar de ser aliado indefetível da Europa em matéria de defesa, e negociavam diretamente com a Federação Russa o futuro da Ucrânia, sem os parceiros europeus. Aceleraram nesse sequência os planos de investimento das empresas de defesa europeias, cujas cotações em bolsa disparam, espelho de uma nova era.

A União Europeia mobilizou-se no âmbito do programa rearmar a Europa. A 6 de março, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou um pacote de €800 mil milhões para investimentos na indústria da defesa, a aplicar nos próximos quatro anos. È o aprofundar de uma tendência iniciada há três anos, quando a Ucrânia foi invadida pela Rússia.