
Franky Vercauteren cumpriu apenas 12 jogos no comando dos leões na época 2012/2013. Uma temporada marcada pela forte instabilidade que existia em Alvalade e que levou a quatro técnicos e um 7.º lugar de má memória. O treinador belga, hoje com 68 anos, apesar do pouco tempo no banco dos verde e brancos, foi o responsável pelo lançamento do lateral-direito há mais de 12 anos, em dezembro de 2012, no empate do Sporting (2-2) com o Marítimo, a contar para a Taça da Liga.
Franky Vercauteren, em conversa com A BOLA, recordou os primeiros passos de Esgaio e apontou as razões pelas quais o lateral consegue convencer todos os treinadores que com ele se cruzam.
«Sem palavras exageradas só tenho coisas positivas a dizer de Ricardo Esgaio. Não estava completamente preparado naquele momento como vários jogadores jovens que apareceram, mas tinha um potencial muito elevado. Tecnicamente era evoluído e tinha uma grande vantagem: ouvia e cumpria tudo a nível tático», começou por dizer o técnico a A BOLA, que destacou a inteligência e a mobilidade técnica de Esgaio.
«Mentalmente era um jogador tranquilo e inteligente. Não fazia muito barulho, nessa altura gostava de estar mais na sombra. Acompanhava a comunicação do treinador e conseguia trazer essa mensagem para o campo. Mais: era muito flexível e conseguia adaptar-se às necessidades da equipa jogando em várias posições», elogiou.
Os 186 jogos e 16 temporadas de leão ao peito também foram números que merecem comentários elogiosos do belga, orgulhoso pelo crescimento de Esgaio no clube onde deu os primeiros pontapés. Ele que, fruto da onda de lesões, voltou a ‘renascer’ no plantel nesta segunda metade da época. Com importância acrescida, pois foi titular (e totalista) em três dos últimos quatro jogos do Sporting.
«Não me surpreende a longevidade que teve no Sporting. É um verdadeiro jogador de equipa com muitas qualidades para vencer e mesmo perante a concorrência continua a sobreviver. E mesmo distante, se jogas muito tempo numa equipa significa que o mereces», sublinhou.