Com uma vitória por 1-0 diante do Estrela da Amadora, o Arouca voltou aos triunfos em casa, o que já não acontecia desde janeiro (na altura frente ao Moreirense) e goza agora de maior conforto na tabela classificativa.

Que análise faz a esta partida e que desafios encontrou?

"Desafios físicos, essencialmente. O E. Amadora dificilmente propôs jogo. Foi uma equipa de jogo direto, sempre. Sempre que foi pressionada, acabaram por esticar. Uma equipa que viveu, essencialmente, de remates de fora de área e de jogo direto para primeira ou segunda bola. É uma forma de jogar, adaptada, se calhar, até ao terreno, mas nós fomos muito bravos, fomos muito combativos e tivemos muita agressividade. Um jogo que, pelas características, também nos sai um bocadinho do padrão, mas fomos sempre muito competitivos. Basta abrir uma aplicação e vê-se seis grandes oportunidades para nós, uma para o E. Amadora e um penálti falhado que matava o jogo, provavelmente, com o 2-0. Temos duas defesas do Niko Mantl boas, mas mais uma vez, remates exteriores, não foi nada construído, nunca nos conseguiram bater em termos de pressão. Por isso, orgulho nos nossos jogadores porque defrontámos uma equipa difícil, como eu referi, uma equipa que nunca larga, que batalha sempre até ao final, mas nessa batalha nós mantivemos o nível, fomos para o nível do Estrela e, depois, em termos de qualidade de jogo, penso que fomos uma equipa muito mais proposta para o jogo, com mais capacidade para chegarmos ao último terço do adversário e criarmos diversas oportunidades."

O banco voltou a ser decisivo. Que importância têm os jogadores que não começam de início?

"Sim, é fantástico. Nós falámos aqui algumas vezes, até principalmente em antevisões, sobre a falta que, por exemplo, o David Simão e o Tiago Esgaio nos fazem porque são jogadores que têm um peso de capitão, muita alma na equipa e a verdade é que nós sempre dissemos que confiávamos mesmo muito no nosso plantel, no grupo. O Popovic tinha feito um jogo extraordinário na Luz e eu hoje tive de tomar a decisão e acabei por regressar ao Chico Lamba e ele teve um compromisso de equipa gigante e só me disse que era importante a gente ganhar. E quando eu tive de o chamar, porque não estava previsto, entra com uma paixão gigante. O Dylan Nandín, o Brian Mansilla e todos os que entraram fizeram-no muito bem. É um sinal que já na semana passada tinha acontecido, que têm vindo a acontecer muitas vezes e já várias vezes me fizeram essa questão porque é realmente um sinal de uma alegria e de uma energia interna que vivemos muito grande. Nós, quando não ganhamos, chegamos cá e a equipa une-se, liga-se e tem uma alma gigante. Nunca nos queixamos de nada. Preocupamos-nos é a batalhar uns com os outros. Cobramos muito uns dos outros, isso é verdade, somos muito exigentes. Mas depois, felizmente, temos estas respostas. Muito feliz por eles."

Sentiu a necessidade de mexer na frente de ataque face ao crescimento do E. Amadora?

"Sim, estávamos a sentir que naquele momento em que o E. Amadora estava a começar a crescer um pouco, estávamos a precisar de um bocadinho mais de agressividade no último terço e um bocadinho mais de profundidade. Sabíamos que o Brian Mansilla é um jogador muito criativo, que tem muita capacidade de duelo individual, e o Dylan Nandín que é um jogador que puxa muita equipa para a frente, pela profundidade que dá ao jogo e por também ser um jogador de golo. Por isso, sabíamos que eram duas alterações que nos iam criar a equipa mais batalhadora, mais na frente, eventualmente mais vertical, que era uma coisa que nós precisávamos e isso realmente puxou-nos logo outra vez para a frente. Criámos logo diversas oportunidades, principalmente através do Brian Mansilla na direita e depois com o Trezza e o Dylan Nandín também sempre muito ativos naquilo que é a pressão e depois o pedido nas costas. Acho que a equipa aí puxou logo para a frente, passamos logo a vencer também e foi muito importante para nós."