Num duelo de elevada importância para as contas da manutenção na Liga Portugal 2, nem Marítimo, nem Paços de Ferreira, foram capazes de aproveitar a ocasião. Os dois conjuntos igualaram-se (2-2), este sábado, no Funchal, em jogo a contar para a ronda 19 do segundo escalão português.
Em relação à última jornada, ambos os técnicos voltaram a apostar no mesmo sistema tático (4x3x3), operando apenas pequenas alterações. Ivo Vieira chamou Igor Julião para o lugar de Michel Costa, enquanto Carlos Fangueiro apostou em Ronaldo Lumungo e Marozau, em detrimento de Rui Fonte e Welton Júnior.
Apesar da forte entrada dos Castores na partida, foi a turma insular que conseguiu colocar-se cedo na frente do marcador. Fábio China trabalhou bem pelo flanco esquerdo e lançou um cruzamento teleguiado para o coração da área, onde apareceu Guirassy (6'), em zona oportuna, para finalizar de cabeça. Marafona ainda se esticou, mas nada pôde fazer devido à imprevisibilidade da trajetória do esférico.
O Marítimo tentou controlar o ritmo de jogo, face à vantagem no marcador, mas foi apanhado em contrapé, devido a um letal contra-ataque do Paços de Ferreira. Costinha (23') serpenteou pelo seio do setor defensivo dos açorianos e respondeu, nas alturas, a um venenoso cruzamento de Antunes, instaurando, assim, a igualdade no encontro.
Perto do final do primeiro tempo, a formação caseira surpreendeu os pacenses e deslocou-se aos balneários na liderança do embate. Na sequência de um cruzamento efetuado por Tomás Domingos, Igor Julião amortizou, de cabeça, e Carlos Daniel (38'), em excelente posição, rematou forte para o fundo das redes de Marafona.
Estragos feitos pela dupla do costume
No reatar da partida, o Paços de Ferreira apresentou-se com energia renovada e apressou-se em entrar novamente na narrativa do encontro. Aos 54 minutos, a dupla do costume - Antunes e Costinha - tornou a fazer estragos e castigou a passividade da linha defensiva contrária. O experiente lateral esquerdo desmarcou o camisola '30' do Paços, que encostou para o interior da baliza de Gonçalo Tabuaço, bisando, assim, no duelo.
Daí em diante, o encontro aqueceu - ambos os conjuntos demonstraram garra e ambição para desfazer a igualdade -, sendo que o ritmo de jogo sofreu pesadas quebras com alguns duelos acesos entre atletas adversários. Assim, escassearam as ocasiões de perigo no último terço, fruto, também, da falta de critério no ataque à baliza.
A razão deu lugar à emoção e ao coração, mas nenhum dos conjuntos apresentou clarividência para desfazer a igualdade. Perto do final, Igor Julião (84') recebeu o segundo cartão amarelo e deixou os insulares desfalcados nos últimos instantes do encontro, mas os comandados de Carlos Fangueiro foram incapazes de aproveitar a vantagem numérica e o empate teimou em manter-se até ao apito final. Pontos repartidos no Funchal.